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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Testemunho de um Abortado

Meu nome é Ângelo, fui pai de uma linda menina, Matilde. Em acordo com a
providência divina me desliguei da matéria antes da plena maturidade de
minha querida filha. Após recuperação pós-encarnatoria em local apropriado
da espiritualidade, fui beneficiado em poder participar da assistência à
minha Matilde. Chorei e sorri junto com ela durante anos, às vezes ela até
mesmo percebia minha presença por meio de uma suave lembrança. De fato,
infelizmente, nunca a ensinei noção alguma de espiritualidade. Com o passar
do tempo, me senti inútil ao seu lado por perceber que pouco podia
contribuir na solução de seus conflitos e dilemas. Minha perturbação, pela
minha incapacidade e inutilidade, passou a interferir nos problemas de minha
querida Matilde. Em breve tempo, eu sofria tanto com o sofrimento dela que
não foi necessário que um dos assistentes me sugerisse deixar o grupo de
benfeitores para me recolher em benefício dela mesma. Na colônia, eu teria
chance de preparo para um dia ser realmente útil. Assim, em lágrimas, o fiz,
porém, sabendo que retornaria o quanto antes, habilitado a auxiliá-la.
Participei de cursos, palestras, estudei sobre a psique humana, lei de causa
e efeito, energias, passes, corpos e outros assuntos. Aos poucos me
reintegrava ao mesmo grupo de auxiliadores, desta vez, já muito mais
preparado. Minha presença ao lado de Matilde era um poder de auxilio latente
em iminência de desabrochar quando necessário. Disseram-me que em breve eu o
faria em intenso gênero. Matilde atravessava um relacionamento difícil,
motivado por estas paixões terrenas que somente podemos compreender o quanto
são vans quando estamos de fora. Não tardou a se perder em decepções e
lamentos. Como solução, ela se embalou em um novo relacionamento, a imaginar
um remédio salutar à ferida aberta do último encerrado. O contato com o novo
irmão, que se apresentava candidato a seu coração, se intensificou de forma
descontrolada e apressada, ponderei cada atitude e pensamento meu. Tentei ao
máximo, junto dos irmãos auxiliadores da família e da célula de apoio ao
bairro em questão, prestar todo o apoio e influência positiva que nos era
permitido. Em determinado momento fui chamado à espiritualidade,
subordinei-me ao chamamento com certa estranheza, já que estávamos em meio à
grande operação de assistência. Em nossa colônia, recebi num júbilo
inenarrável que Madilde em breve momento seria mãe. Imediatamente captei que
aquele chamamento se tratava da oportunidade de assistência absoluta
anteriormente preconizada. Eu estaria ao lado de minha Matilde, embora
embalado em seus braços por breve período, seria seu amigo mais fiel para
com todas as suas fases difíceis. Dispensaria todo o carinho necessário para
secar-lhe todas as lágrimas e cultivar o sorriso do amor em sua expressão
mais absoluta. Minha mente se perdia em laços imaginativos tocados de
profundo afeto, desejo e satisfação. Minha emoção e ansiedade somente
poderiam ser superadas pela minha grande amizade, gratificação e promessa de
empenho. Eu seria o filho em corpo o pai mais preparado. Seria a ligação
esperada naquela família que outrora cultivei tanta afinidade. Minhas
lágrimas de júbilo, ansiedade e emoção embalavam grande apreensão em
Matilde. Por vezes fui carinhosamente repreendido pelos técnicos
reeencarnacionistas para que me abrandasse de modo não prejudicar minha nova
forma. Disseram-me que fui um dos casos mais agitados e que, sem dúvida,
transmitiria grandes movimentos ao meu corpo ainda em formação. Matilde, em
poucas semanas, já sentiria um amor tão grande e sublime que me protegeria.
Em determinado momento, nossa afinidade, já abençoada pela ligação material,
seria tão intensa que ela no inicio não saberia explicar alguns sentimentos
que lhe chegariam. Tudo estava tão belo, eu podia ainda ouvir a melodia
calorosa do reino espiritual de Deus e sentir cada pensamento de Matilde
cada vez mais vibrante em mim. Estava tão perto que era capaz de captar suas
palavras, emoções e até toques. Absorvia suas idéias e já podia também
transmitir minha força, coragem e fé. As dúvidas e os medos de Matilde
cresciam e eu os alimentava com ânimo, amor e perseverança. Em determinado
momento senti ligeiro desconforto que eu ainda era capaz de responder com
pensamentos positivos. Nossa ligação ficava intensa, cada vez mais forte,
não importando onde estivéssemos. Matilde cultivava pensamentos que pareciam
neutralizar os meus. Mas aquilo era novo para nós dois, não tinha todas as
respostas, pobrezinha. Estranhamente, eu estava sendo cada vez vencido por
algo. Quando o processo de encontro à matéria deveria se fortificar eu via o
mundo espiritual novamente, cada vez mais preciso, algo estava errado.
Preocupei-me, embora me esforçasse para isso evitar, era difícil, tudo
estava mudando, desmoronando, sentia auxilio, mas não podia largar Matilde.
Minha mente estava confusa, distorcida, meu corpo, gelado num local que se
apresentava agora desconhecido, silencioso, num meio de caminho que eu não
conhecia. Meu coração era apresentado a regiões que eu não deveria estar. Eu
estava me perdendo, o calor se transformara em gelo, a certeza em dúvida e a
alegria em lágrimas. Domei-me para não transformar o desejo de assistência
em obstinação desenfreada. Ouvia chamados que sabia não dever ouvir, sabia
de onde vinham, mas tinha noção que guardavam uma notícia dolorosamente
terrível. Mas não podia mais postergar, tinha certeza de que a assistência à
Matilde estava perdida. Não sabia se para sempre, mas se eu não seguisse o
chamamento daqueles que sabia serem amigos seria mais doloroso até mesmo
para ela. Foi quando pedi ao Pai Supremo conselhos. Assim como minha
lembrança se esmaecia, pensei no amor, na fraternidade, no desejo de ajuda,
mas precisaria, por hora, abandonar o projeto e as idéias. Com grande dor,
foi iniciado o desligamento material, senti como se abandonasse um pedaço de
matéria já tão querida, a qual já tinha grande desejo, sequioso estar
presente, mas que não mais tinha condições de animar. Fui atendido,
demorei-me a novamente adentrar o mundo que eu deveria temporariamente
deixar. O grandioso projeto de apoio a Matilde estava abandonado. O que
seria dela agora? Todo o empenho, amor e a dedicação foram vencidos pela
dúvida e pelo medo. Chorei muito me culpando de não ter sido capaz de
injetar coragem suficiente em nosso elo. Fui rejeitado na carne, mas sei que
em breve momento talvez possa novamente tentar, não sei. Até lá espero,
assisto como posso, não mais tanto quanto antes. Minhas lágrimas pela
rejeição aguardam recuperação para voltar a atuar, mesmo de longe. Como se
uma ferida ainda demorasse muito a sarar. É uma marca que carrego por
tentar. É uma dor de lamento e nada mais. Deixo então o recado aos irmãos
que somente enxergam o lado material da vida e ainda cogitam este ato.
Fiquem na Paz.


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Mais estórias em: http://estoriasespiritas.blogspot.com/

domingo, 19 de setembro de 2010

As lágrimas

O pequeno jovem, muito triste, se recolhe em secreto e começa a orar. Não
demora a perceber uma reconfortante presença a irradiar em torno de si. As
lágrimas se tornam mais intensas quando ele indaga ao convidado ilustre o
porquê de tanto sofrimento no mundo, nos animais, na flora e como os seres
humanos podem ser tão cruéis. A entidade manifestada, que transmite um
sentimento de profunda paz e esperança, lhe diz numa voz suave e tranqüila
dentro da mente: "Filho, o sofrimento atualmente neste mundo é a principal
alavanca do progresso. É o convite a reforma intima e o chamamento
correcional. Algumas vezes a pá precisa fincar na carne para arar as
mudanças necessárias." O jovem reflete por alguns segundos e lança nova
pergunta: "Mas por que deve ser assim? Deus não poderia intervir?" A
entidade responde: "Filho, acredita ser Deus perfeito? Não é este um dos
atributos conhecido da divindade? Aceite mais no lugar de julgar. Deus
balança mérito com esforços e auxilio com justiça. As leis estabelecidas por
Ele são justas, tenha fé nisto. Tudo tem sua causa e seu porquê. Em verdade
lhe digo que muitos só podem conhecer a misericórdia do Criador através da
dor. Para o homem de bem a dor já é estar encarnado. Para os ainda
embrutecidos, só há dor quando há violação da lei de Amor,
institucionalizada no trono eterno do pai mas, ungida na justiça. Muitas
vezes é necessário aos homens conhecer o extremo do sofrimento para adentrar
novamente à estrada do progresso. Observe as mudanças no mundo, o
adolescente rebelde de hoje pode ser o pai amoroso de amanhã. Muitos idosos
que ontem foram algozes ou mártires hoje se calam implorando auxilio mudo a
corações piedosos, se inclinam e rogam bênçãos silenciosas a irmãos
dedicados a cuidarem de seus corpos frágeis e sua higiene pessoal. As vezes,
o pastor utiliza cães, que precisam fincar os dentes nas ovelhas, para
trazê-las de volta ao rebanho." O jovem, compreendendo aos poucos pergunta
ainda mais uma vez: "Então todos aqui passarão pelo sofrimento?" A entidade
completa: "Pode existir alegria soberana em meio a dor? Enquanto aqui, na
sob as ilusões da matéria, os homens tem a chance do grande progresso.
Ignorar o trabalho e a mensagem, se entregando às falsas alegrias, é o que
ele chamará de sofrimento no futuro e, nós; de reforma. Filho, não sofra com
o sofrimento. Se sofrerdes com o sofrimento alheio a quem espera fazer o
bem? Como espera levar alegria se já chegas com tristeza? A vida sem
sofrimento é inócua. A dor é o fogo que modela o bruto metal para
futuramente reluzir. Quanto a seus relacionamentos, reflita bem se suas
decepções com as pessoas não teve causa na superestimação das qualidades por
você supostas, logo, o erro é seu. Mesmo aqueles que lhe amam vão lhe magoar
vez ou outra e precisa perdoá-las por isso, afinal, há perfeitos andando em
seu meio? Sobre as pessoas do mundo, o bruto de hoje é o benfeitor de
amanhã. Quando olhardes para alguém, não veja o ser em suas atitudes
lamentáveis, mas sim, o ser divino, ainda perdido da estrada para o
desabrochamento. Lance-lhe o convite do amor, do perdão, seja modelo e
surpreenda-os com atitudes benevolentes. Não sofra tampouco se reprima por
comentários cruéis. O remédio só arde quando bate na ferida aberta, se não
foste tu a sofrerdes por que choras? Se tu choras pelos outros, suas
lágrimas são abençoadas. Se chorares pelos seus próprios erros, reflita,
desculpe a quem injuriou e tenha fé no progresso. Lágrimas derramadas com
resignação são acolhidas pelo Pai que vê sempre o sofrimento do filho que
não revida.

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