ser Espírita? E por que os espíritas se diferem tanto em suas idéias e atos?
Vejo alguns nos chamados terreiros como pais de santos, outros praticando
sacrifícios de animais e já até mesmo ouvi alguns que acreditam que hora
podemos reencarnar na forma humana e depois animal." O dirigente, com tom
sério de lamentação corrige Humberto serenamente: "Não Humberto, não é isso.
Assim como nas demais religiões, não devemos esperar seguidores perfeitos,
tampouco proclamadores coerentes com a doutrina. Neste mundo, seja onde for,
não há modelos precisos, seria pretensão nossa acreditamo-nos privilegiados.
Infelizmente há os ditos espíritas que assim se dizem por somente aceitarem
alguns poucos conceitos da doutrina. É importante o questionador saber
separar conceitos de crenças e idéias de doutrina. Muitos ensinamentos
espíritas não são novos e já eram aceitos e praticados em outras crenças. Já
outras religiões, talvez por falta de adequação ou divulgação, resolveram
aceitar somente o que lhes convinha, manifestando-se espíritas, destoando e
distorcendo as verdadeiras idéias da doutrina codificada por Kardec. Vale
ressaltar a importância de o questionador conhecer demais religiões, dogmas
e crenças para melhor se situar, até mesmo dentro das afirmações de falsos
espíritas. A Umbanda, o Candomblé, o Hinduísmo, o Budismo, o Islamismo,
dentre outras crenças e religiões, por exemplo, possuem pontos comuns, mas
nem por isso são idênticas. Então, respondendo sua pergunta, tomo a
liberdade de citar a frase do codificador acerca do que falei: "Reconhece-se
o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que
emprega para domar suas más inclinações." Humberto fica pensativo e diz:
"Profunda a frase. E vejo que preciso estudar para debater. Peço que me
perdoe à insistência e, mesmo ainda conhecendo superficialmente o
espiritismo, aventuro-me em mais questões. Ouvi falar de grandes fenômenos
como movimentação de objetos, os ditos médiuns que falam outras línguas,
materializações e outros eventos notáveis, mas que nunca chegam a público.
Não seria mais fácil e rápida a conversão se tais fenômenos ocorressem em
público?" O dirigente explica: "Embora todas as questões já tenham sido
respondidas nas obras do codificador, especificamente em: "O que é
Espiritismo", vou me aventurar em tentar respondê-las. A estória da
humanidade sempre foi cercada de fenômenos extraordinários nem por isso
todos os homens se converteram. O dito sobrenatural sempre beirou o homem
encarnado, porém nem assim ele se rendeu às evidencias. Logo, mesmo a
experiência, o conhecimento e a comprovação de alguns não induziriam ninguém
a uma verdade, fosse ela qual fosse. Então, para concluir minha infame
tentativa, deixo mais uma frase de Kardec para você refletir: "A fé
necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo em que
se deve crer. Para crer, não basta ver, é necessário compreender." Humberto,
medita por alguns instantes sobre as últimas informações. E, novamente, faz
outro questionamento: "E os ditos feiticeiros, magos, jogadores de tarot,
búzios e afins?" O dirigente responde: "Estes menos ainda tem a ver com o
espiritismo que os primeiros. É preciso analisar os princípios básicos e os
métodos recomendados para se evitar este tipo de associação equivocada. Aos
estudantes da doutrina são ensinados vários meios para se reconhecer o
verdadeiro espírita. Embusteiros e interesseiros não somente em nada se
relacionam com o espiritismo, como devem ser evitados. O trabalho
desinteressado, o desejo da fraternidade universal e amor incondicional são
as verdadeiras marcas do espírita cristão. E, se pensas que há de achá-los
facilmente, engana-se. O verdadeiro espírita é brando, simples e humilde de
coração. Pratica o evangelho no limite de suas forças e foge de todos os
elogios fazendo o bem pelo bem, sem qualquer interesse em agradecimentos ou
elogios."
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Mais estórias em: http://estoriasespiritas.blogspot.com/
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