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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Testemunho de um Abortado

Meu nome é Ângelo, fui pai de uma linda menina, Matilde. Em acordo com a
providência divina me desliguei da matéria antes da plena maturidade de
minha querida filha. Após recuperação pós-encarnatoria em local apropriado
da espiritualidade, fui beneficiado em poder participar da assistência à
minha Matilde. Chorei e sorri junto com ela durante anos, às vezes ela até
mesmo percebia minha presença por meio de uma suave lembrança. De fato,
infelizmente, nunca a ensinei noção alguma de espiritualidade. Com o passar
do tempo, me senti inútil ao seu lado por perceber que pouco podia
contribuir na solução de seus conflitos e dilemas. Minha perturbação, pela
minha incapacidade e inutilidade, passou a interferir nos problemas de minha
querida Matilde. Em breve tempo, eu sofria tanto com o sofrimento dela que
não foi necessário que um dos assistentes me sugerisse deixar o grupo de
benfeitores para me recolher em benefício dela mesma. Na colônia, eu teria
chance de preparo para um dia ser realmente útil. Assim, em lágrimas, o fiz,
porém, sabendo que retornaria o quanto antes, habilitado a auxiliá-la.
Participei de cursos, palestras, estudei sobre a psique humana, lei de causa
e efeito, energias, passes, corpos e outros assuntos. Aos poucos me
reintegrava ao mesmo grupo de auxiliadores, desta vez, já muito mais
preparado. Minha presença ao lado de Matilde era um poder de auxilio latente
em iminência de desabrochar quando necessário. Disseram-me que em breve eu o
faria em intenso gênero. Matilde atravessava um relacionamento difícil,
motivado por estas paixões terrenas que somente podemos compreender o quanto
são vans quando estamos de fora. Não tardou a se perder em decepções e
lamentos. Como solução, ela se embalou em um novo relacionamento, a imaginar
um remédio salutar à ferida aberta do último encerrado. O contato com o novo
irmão, que se apresentava candidato a seu coração, se intensificou de forma
descontrolada e apressada, ponderei cada atitude e pensamento meu. Tentei ao
máximo, junto dos irmãos auxiliadores da família e da célula de apoio ao
bairro em questão, prestar todo o apoio e influência positiva que nos era
permitido. Em determinado momento fui chamado à espiritualidade,
subordinei-me ao chamamento com certa estranheza, já que estávamos em meio à
grande operação de assistência. Em nossa colônia, recebi num júbilo
inenarrável que Madilde em breve momento seria mãe. Imediatamente captei que
aquele chamamento se tratava da oportunidade de assistência absoluta
anteriormente preconizada. Eu estaria ao lado de minha Matilde, embora
embalado em seus braços por breve período, seria seu amigo mais fiel para
com todas as suas fases difíceis. Dispensaria todo o carinho necessário para
secar-lhe todas as lágrimas e cultivar o sorriso do amor em sua expressão
mais absoluta. Minha mente se perdia em laços imaginativos tocados de
profundo afeto, desejo e satisfação. Minha emoção e ansiedade somente
poderiam ser superadas pela minha grande amizade, gratificação e promessa de
empenho. Eu seria o filho em corpo o pai mais preparado. Seria a ligação
esperada naquela família que outrora cultivei tanta afinidade. Minhas
lágrimas de júbilo, ansiedade e emoção embalavam grande apreensão em
Matilde. Por vezes fui carinhosamente repreendido pelos técnicos
reeencarnacionistas para que me abrandasse de modo não prejudicar minha nova
forma. Disseram-me que fui um dos casos mais agitados e que, sem dúvida,
transmitiria grandes movimentos ao meu corpo ainda em formação. Matilde, em
poucas semanas, já sentiria um amor tão grande e sublime que me protegeria.
Em determinado momento, nossa afinidade, já abençoada pela ligação material,
seria tão intensa que ela no inicio não saberia explicar alguns sentimentos
que lhe chegariam. Tudo estava tão belo, eu podia ainda ouvir a melodia
calorosa do reino espiritual de Deus e sentir cada pensamento de Matilde
cada vez mais vibrante em mim. Estava tão perto que era capaz de captar suas
palavras, emoções e até toques. Absorvia suas idéias e já podia também
transmitir minha força, coragem e fé. As dúvidas e os medos de Matilde
cresciam e eu os alimentava com ânimo, amor e perseverança. Em determinado
momento senti ligeiro desconforto que eu ainda era capaz de responder com
pensamentos positivos. Nossa ligação ficava intensa, cada vez mais forte,
não importando onde estivéssemos. Matilde cultivava pensamentos que pareciam
neutralizar os meus. Mas aquilo era novo para nós dois, não tinha todas as
respostas, pobrezinha. Estranhamente, eu estava sendo cada vez vencido por
algo. Quando o processo de encontro à matéria deveria se fortificar eu via o
mundo espiritual novamente, cada vez mais preciso, algo estava errado.
Preocupei-me, embora me esforçasse para isso evitar, era difícil, tudo
estava mudando, desmoronando, sentia auxilio, mas não podia largar Matilde.
Minha mente estava confusa, distorcida, meu corpo, gelado num local que se
apresentava agora desconhecido, silencioso, num meio de caminho que eu não
conhecia. Meu coração era apresentado a regiões que eu não deveria estar. Eu
estava me perdendo, o calor se transformara em gelo, a certeza em dúvida e a
alegria em lágrimas. Domei-me para não transformar o desejo de assistência
em obstinação desenfreada. Ouvia chamados que sabia não dever ouvir, sabia
de onde vinham, mas tinha noção que guardavam uma notícia dolorosamente
terrível. Mas não podia mais postergar, tinha certeza de que a assistência à
Matilde estava perdida. Não sabia se para sempre, mas se eu não seguisse o
chamamento daqueles que sabia serem amigos seria mais doloroso até mesmo
para ela. Foi quando pedi ao Pai Supremo conselhos. Assim como minha
lembrança se esmaecia, pensei no amor, na fraternidade, no desejo de ajuda,
mas precisaria, por hora, abandonar o projeto e as idéias. Com grande dor,
foi iniciado o desligamento material, senti como se abandonasse um pedaço de
matéria já tão querida, a qual já tinha grande desejo, sequioso estar
presente, mas que não mais tinha condições de animar. Fui atendido,
demorei-me a novamente adentrar o mundo que eu deveria temporariamente
deixar. O grandioso projeto de apoio a Matilde estava abandonado. O que
seria dela agora? Todo o empenho, amor e a dedicação foram vencidos pela
dúvida e pelo medo. Chorei muito me culpando de não ter sido capaz de
injetar coragem suficiente em nosso elo. Fui rejeitado na carne, mas sei que
em breve momento talvez possa novamente tentar, não sei. Até lá espero,
assisto como posso, não mais tanto quanto antes. Minhas lágrimas pela
rejeição aguardam recuperação para voltar a atuar, mesmo de longe. Como se
uma ferida ainda demorasse muito a sarar. É uma marca que carrego por
tentar. É uma dor de lamento e nada mais. Deixo então o recado aos irmãos
que somente enxergam o lado material da vida e ainda cogitam este ato.
Fiquem na Paz.


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domingo, 19 de setembro de 2010

As lágrimas

O pequeno jovem, muito triste, se recolhe em secreto e começa a orar. Não
demora a perceber uma reconfortante presença a irradiar em torno de si. As
lágrimas se tornam mais intensas quando ele indaga ao convidado ilustre o
porquê de tanto sofrimento no mundo, nos animais, na flora e como os seres
humanos podem ser tão cruéis. A entidade manifestada, que transmite um
sentimento de profunda paz e esperança, lhe diz numa voz suave e tranqüila
dentro da mente: "Filho, o sofrimento atualmente neste mundo é a principal
alavanca do progresso. É o convite a reforma intima e o chamamento
correcional. Algumas vezes a pá precisa fincar na carne para arar as
mudanças necessárias." O jovem reflete por alguns segundos e lança nova
pergunta: "Mas por que deve ser assim? Deus não poderia intervir?" A
entidade responde: "Filho, acredita ser Deus perfeito? Não é este um dos
atributos conhecido da divindade? Aceite mais no lugar de julgar. Deus
balança mérito com esforços e auxilio com justiça. As leis estabelecidas por
Ele são justas, tenha fé nisto. Tudo tem sua causa e seu porquê. Em verdade
lhe digo que muitos só podem conhecer a misericórdia do Criador através da
dor. Para o homem de bem a dor já é estar encarnado. Para os ainda
embrutecidos, só há dor quando há violação da lei de Amor,
institucionalizada no trono eterno do pai mas, ungida na justiça. Muitas
vezes é necessário aos homens conhecer o extremo do sofrimento para adentrar
novamente à estrada do progresso. Observe as mudanças no mundo, o
adolescente rebelde de hoje pode ser o pai amoroso de amanhã. Muitos idosos
que ontem foram algozes ou mártires hoje se calam implorando auxilio mudo a
corações piedosos, se inclinam e rogam bênçãos silenciosas a irmãos
dedicados a cuidarem de seus corpos frágeis e sua higiene pessoal. As vezes,
o pastor utiliza cães, que precisam fincar os dentes nas ovelhas, para
trazê-las de volta ao rebanho." O jovem, compreendendo aos poucos pergunta
ainda mais uma vez: "Então todos aqui passarão pelo sofrimento?" A entidade
completa: "Pode existir alegria soberana em meio a dor? Enquanto aqui, na
sob as ilusões da matéria, os homens tem a chance do grande progresso.
Ignorar o trabalho e a mensagem, se entregando às falsas alegrias, é o que
ele chamará de sofrimento no futuro e, nós; de reforma. Filho, não sofra com
o sofrimento. Se sofrerdes com o sofrimento alheio a quem espera fazer o
bem? Como espera levar alegria se já chegas com tristeza? A vida sem
sofrimento é inócua. A dor é o fogo que modela o bruto metal para
futuramente reluzir. Quanto a seus relacionamentos, reflita bem se suas
decepções com as pessoas não teve causa na superestimação das qualidades por
você supostas, logo, o erro é seu. Mesmo aqueles que lhe amam vão lhe magoar
vez ou outra e precisa perdoá-las por isso, afinal, há perfeitos andando em
seu meio? Sobre as pessoas do mundo, o bruto de hoje é o benfeitor de
amanhã. Quando olhardes para alguém, não veja o ser em suas atitudes
lamentáveis, mas sim, o ser divino, ainda perdido da estrada para o
desabrochamento. Lance-lhe o convite do amor, do perdão, seja modelo e
surpreenda-os com atitudes benevolentes. Não sofra tampouco se reprima por
comentários cruéis. O remédio só arde quando bate na ferida aberta, se não
foste tu a sofrerdes por que choras? Se tu choras pelos outros, suas
lágrimas são abençoadas. Se chorares pelos seus próprios erros, reflita,
desculpe a quem injuriou e tenha fé no progresso. Lágrimas derramadas com
resignação são acolhidas pelo Pai que vê sempre o sofrimento do filho que
não revida.

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sábado, 21 de agosto de 2010

Conflitos Biblicos?

Humberto, cada vez mais interessado em se aprofundar naquela ciência,
questiona agora algumas passagens bíblicas que parecem conflitar com a
doutrina: "Bom, senhor, muito estão me sendo esclarecedoras estas
elucidações e vejo o quanto preciso estudar para nosso afetuoso debate.
Porém, já tomando como objeto de estudo, gostaria, para terminar, que me
comentasse alguns pontos que parecem discordar de vossa doutrina perante o
próprio evangelho que vocês também tanto se baseiam e pregam. Cito aqui
algumas passagens que conheço e apreciaria muito que me as comentasse:

1- O Inferno;
2- Proibição de Evocar os Mortos;
3- Demônios e Satanás;
4- Penas eternas;
5- O Espírito Santo;
6- O Cristo disse: Ninguém vem ao Pai senão por mim;
7- Reencarnação perante Abel a Caim;
8- Ressurreição;
9- E o homem só vive uma vez;
10- Fora da Igreja não há Salvação;

O Dirigente, com extremada alegria, retoma a palavra: "É um prazer poder
falar sobre estas coisas e ótimo dissipar a desinformação. Para dar crédito
a uma obra é preciso conhecer seu autor. E para evitar incorrer em erros e
render-se a subjugação do fanatismo é preciso apurada razão. A fé cega e
irracional é o mal de muitas tragédias, pois a fé sem raciocínio leva
somente a dois caminhos: a incompreensão ou ao fanatismo. Como diz Kardec:
"Somente a fé inabalável pode enfrentar a razão face a face, em todas as
épocas da Humanidade." Desta maneira, cabe ao interpretador de hoje, munido
de bom senso, pesar cada afirmação no crivo da razão para que, refletindo
sobre cada frase, retirar o verdadeiro ensinamento.

O Cristo ajustou e completou a lei de Moises, assim o espiritismo, que é o
Consolador prometido pelo próprio Cristo, faz com as religiões atuais. E,
como era de se esperar, assim como foi na época do surgimento do
cristianismo, sofre preconceitos, ataques e difamações. Mas é com o
questionamento que dissipamos o desentendimento e com razão, estudo e boa
vontade que compreenderemos as verdades.

Bom, como falei no início, é preciso alicerçar-se em base sólida, da mesma
forma como é todos sabido que os evangelhos foram traduzidos e adequados
através do tempo. Portanto, com a bússola do espiritismo, unida a razão,
podemos retirar o verdadeiro ensinamento do Cristo. Vou então tentar
explicar os pontos por você levantados segundo a nossa doutrina:

1- O Inferno: se quiser pensar que há um lugar para os maus ficarem que
assim seja. Porém a condenação eterna contrariaria alguns dos maiores
atributos de Deus: Bondade e Misericórdia. Seria o Pai capaz condenar
eternamente suas criaturas? Negar auxilio ou reconciliação? Deus amaria
menos um homem a que um pai que perdoa o erro do filho?

2- Proibição de Evocar os Mortos: A lei mosaica condenava a evocação fútil
dos desencarnados. Geralmente, os rituais de evocação da antiguidade
possuíam caráter diverso e espíritos inferiores se divertiam com as
confusões por ele geradas durante as evocações frívolas. O espiritismo adota
também esta proibição como advertência e que os Espíritos devem ser evocados
em nome de Deus, em caráter de auxilio ou instrução.

3- Demônios e Satanás: Existiria criatura tão poderosa quanto Deus? Ou Deus,
todo poder e bondade, irado, rebaixaria e exilaria eternamente um de seus
filhos? A idéia de anjo, ser perfeito; Perfeito, compreendeis bem esta
palavra? Cairia? A lei do progresso é única e aplicada a todos, sem exceção.
O caminho ao arrependimento e resgate está sempre aberto.

4- Penas eternas: Nos evangelhos encontramos as palavras fogo e eterno,
dentre várias outras. Lembro aqui, novamente, que a tradução através dos
tempos faz muita diferença, especialmente quando palavras trazidas de
figuras de linguagem ou de antigas línguas pobres de palavras. Ao analisar o
todo da obra, podemos ver a incoerência de uma condenação eterna. O Deus da
antiguidade que não perdoa, que se nega ao pedido de redenção e despeja ira
àqueles que desrespeitam suas vontades, desaparece ao passar dos milênios.

5- O Espírito Santo: Em algumas passagens podemos ver a citação Do Espírito
Santo ou O Espírito Santo. Por que não haveria de haver mais de um Espírito
Santo? A tradução bíblica mais uma vez leva a um entendimento errôneo se
lermos O Espírito Santo ao invés de Um Espírito Santo.


6- O Cristo disse: Ninguém vem ao Pai senão por mim: Jesus, empossado de sua
autoridade Crística proclama esta magnífica afirmação. Ou seja, que não há
outro caminho à felicidade celeste senão ser Cristão. Compreender e, acima
de tudo, praticar o que o Cristo nos ensinou é a porta que nos leva ao Pai.

7- Reencarnação perante Abel a Caim: a ciência já não demonstrou que estão
figuras são mitológicas? Cabem argumentos diante das evidencias?

8- Ressurreição: Mais uma vez temos emprego errôneo das palavras. A
Ressurreição da Carne, foi um dos milagres praticados por Cristo, como o de
Lázaro e até mesmo Ele próprio. Mas que não deve ser empregado em caráter
comum. Na época do próprio Cristo o conceito de Reencarnação era
compreendido por alguns doutores da lei e foi divulgado pelo Jesus aos
homens. Porém, quando Roma incorporou o Cristianismo para suas crenças
ritualizando, dogmatizando e caçando os fiéis que se mantinham ligados aos
verdadeiros ensinamentos do Cristo, efetuou as modificações que lhe
convinha. Vemos muitas delas no Concílio de Niceia, negando e alterando a
verdadeiras idéias Cristãs que intermediaram a mensagem do Cristo aos
homens.

9- E o homem só vive uma vez: A afirmação está correta para o homem
encarnado. O corpo, instrumento único e perecível, que fornece ferramenta
para a interação no meio terrestre, não retorna à vida.

10- Fora da Igreja não há Salvação: Esta é uma afirmação do homem, motivado
por interesses e cercar-se de fiéis como o único dono da verdade. O
espiritismo não prega que fora dele não há salvação, nem assim poderia se
dar. A verdadeira mensagem que poderia ser dita por nós, segundo os
ensinamentos do Cristo seria: Fora da Caridade não há salvação. Logicamente,
entendendo o verdadeiro conceito de caridade, o que muitos, erroneamente,
associam a dar esmolas ou contribuir com o que não lhe é mais necessário.


Obviamente, o que eu disse são idéias incompletas e é de suma importância
que o interessado pesquise, estude, reflita e questione." Humberto, com
terno sorriso e tocando carinhosamente no ombro do dirigente lhe fala:
"Curioso como quando saímos do mundo de idéias e conceitos pré-concebidos,
ou melhor; pré-conceitos, que nós mesmos criamos como verdades absolutas e o
despertar nos abre um leque de possibilidades, interpretações e raciocínio.
Estranho como nunca questionei algumas idéias que simplesmente me foram
impostas sem permitir maiores esclarecimentos. Mas sei que hoje o acesso a
informação possibilita o homem ao estudo e ninguém mais poderá dizer que
desconhecia. O livro que me falaste foi: "O que é Espiritismo", certo? "Pois
bem, apreciarei a leitura deste."

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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Afinal, o que é ser Espírita?

Humberto volta a questionar o dirigente espírita: "Então, afinal, o que é
ser Espírita? E por que os espíritas se diferem tanto em suas idéias e atos?
Vejo alguns nos chamados terreiros como pais de santos, outros praticando
sacrifícios de animais e já até mesmo ouvi alguns que acreditam que hora
podemos reencarnar na forma humana e depois animal." O dirigente, com tom
sério de lamentação corrige Humberto serenamente: "Não Humberto, não é isso.
Assim como nas demais religiões, não devemos esperar seguidores perfeitos,
tampouco proclamadores coerentes com a doutrina. Neste mundo, seja onde for,
não há modelos precisos, seria pretensão nossa acreditamo-nos privilegiados.
Infelizmente há os ditos espíritas que assim se dizem por somente aceitarem
alguns poucos conceitos da doutrina. É importante o questionador saber
separar conceitos de crenças e idéias de doutrina. Muitos ensinamentos
espíritas não são novos e já eram aceitos e praticados em outras crenças. Já
outras religiões, talvez por falta de adequação ou divulgação, resolveram
aceitar somente o que lhes convinha, manifestando-se espíritas, destoando e
distorcendo as verdadeiras idéias da doutrina codificada por Kardec. Vale
ressaltar a importância de o questionador conhecer demais religiões, dogmas
e crenças para melhor se situar, até mesmo dentro das afirmações de falsos
espíritas. A Umbanda, o Candomblé, o Hinduísmo, o Budismo, o Islamismo,
dentre outras crenças e religiões, por exemplo, possuem pontos comuns, mas
nem por isso são idênticas. Então, respondendo sua pergunta, tomo a
liberdade de citar a frase do codificador acerca do que falei: "Reconhece-se
o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que
emprega para domar suas más inclinações." Humberto fica pensativo e diz:
"Profunda a frase. E vejo que preciso estudar para debater. Peço que me
perdoe à insistência e, mesmo ainda conhecendo superficialmente o
espiritismo, aventuro-me em mais questões. Ouvi falar de grandes fenômenos
como movimentação de objetos, os ditos médiuns que falam outras línguas,
materializações e outros eventos notáveis, mas que nunca chegam a público.
Não seria mais fácil e rápida a conversão se tais fenômenos ocorressem em
público?" O dirigente explica: "Embora todas as questões já tenham sido
respondidas nas obras do codificador, especificamente em: "O que é
Espiritismo", vou me aventurar em tentar respondê-las. A estória da
humanidade sempre foi cercada de fenômenos extraordinários nem por isso
todos os homens se converteram. O dito sobrenatural sempre beirou o homem
encarnado, porém nem assim ele se rendeu às evidencias. Logo, mesmo a
experiência, o conhecimento e a comprovação de alguns não induziriam ninguém
a uma verdade, fosse ela qual fosse. Então, para concluir minha infame
tentativa, deixo mais uma frase de Kardec para você refletir: "A fé
necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo em que
se deve crer. Para crer, não basta ver, é necessário compreender." Humberto,
medita por alguns instantes sobre as últimas informações. E, novamente, faz
outro questionamento: "E os ditos feiticeiros, magos, jogadores de tarot,
búzios e afins?" O dirigente responde: "Estes menos ainda tem a ver com o
espiritismo que os primeiros. É preciso analisar os princípios básicos e os
métodos recomendados para se evitar este tipo de associação equivocada. Aos
estudantes da doutrina são ensinados vários meios para se reconhecer o
verdadeiro espírita. Embusteiros e interesseiros não somente em nada se
relacionam com o espiritismo, como devem ser evitados. O trabalho
desinteressado, o desejo da fraternidade universal e amor incondicional são
as verdadeiras marcas do espírita cristão. E, se pensas que há de achá-los
facilmente, engana-se. O verdadeiro espírita é brando, simples e humilde de
coração. Pratica o evangelho no limite de suas forças e foge de todos os
elogios fazendo o bem pelo bem, sem qualquer interesse em agradecimentos ou
elogios."


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domingo, 15 de agosto de 2010

Afinal, O que é Espiritismo?

Humberto, homem letrado e religioso, estava a conversar com um dirigente
espírita habilidoso. Humberto não concordava com o espiritismo, porém,
educado e questionador, não atacava, mas se interessava em sadiamente
debater idéias. Pergunta ele ao dirigente: "Afinal, o que é Espiritismo?
Vejo esta doutrina, que não é ciência nem religião crescer assustadoramente,
acolhida, em maioria, pelos de maior escolaridade. Certa vez ouvi de um
estudante que o espiritismo não obriga ninguém a crer nele, tampouco condena
quem não o segue. Mas motiva a transformação moral de cada ser, não
importando sua a religião. Aquela informação me despertou a curiosidade,
pois nunca ouvi nada parecido de outra religião." O dirigente, chamando
Humberto a sentar-se com ele, entra numa agradável e inspirada dissertação:
"O espiritismo é o Cristianismo em sua versão mais pura e cristalina. É o
convite a reforma moral e ao trabalho assistencial. Foi necessário surgir
segundo a ciência para tomar a razão como alavanca, sustentando-se em
raciocínio e fatos. Se o Cristo não disse todas as verdades foi porque
julgou, naquela época, deixá-las veladas. Vamos tentar analisar alguns
pontos que algumas pessoas, sem sequer darem-se ao trabalho de conhecer,
atacam. Reparemos, inicialmente, na historia do próprio Cristo, o messias
havia sido profetizado e previsto. Os vaidosos, orgulhosos e sabichões o
aguardavam como um poderoso rei, capaz dos mais majestosos prodígios,
nascido sob festas e berço dourado. O profeta, por eles esperado, somente se
relacionaria com os de sua classe, condenando e desprezando os simples,
pequenos, pobres e doentes. Eis que surge o Grande Mestre, o Messias,
previsto por muitos. Mas, para a surpresa daquele o povo da época, Ele era
um homem simples, pobre e humilde de coração. Nasce sem celebrações
sultuosas, crescendo junto aos carentes, caluniados, cruéis, doentes, fracos
e arrependidos. É aceito, inicialmente, pela classe que clamava socorro a
quem lhes estendesse a mão. Desta forma, foi negado pelos poderosos e
vaidosos que não podiam ver na simplicidade daquele homem o esperado
Messias. Classificaram-no então como messias dos pobres, o rei dos judeus,
já que esses acreditavam no monoteísmo. O Cristianismo nasceu, cresceu, se
enraizou na terra e alastrou-se pela crosta. Quando os poderosos governantes
viram não podiam mais ignorar aquela crença na qual seus fieis suportavam os
mais duros martírios em nome de um carpinteiro humilhado, torturado e morto,
incorporaram-na à sua crença, aceitando o que lhes convinha. Ao passar dos
anos, a mensagem sofreu influências políticas, ideológicas e más
interpretações. E, quase dois milênios depois, assim como a lei do Amor,
pregada pelo Cristo na época onde a lei mosaica impunha-se desvairadamente,
a sabedoria divina sacode a novamente razão dos homens perante a verdade dos
fenômenos da vida após a morte. E surge o espiritismo, cuidadosamente
analisado, classificado e organizado numa doutrina de caráter cientifico
baseada em evidencias e na razão. Desperta uma ciência de cunho doutrinário
nas mãos de um preparado cientista, inicialmente incrédulo. E assim teve de
ser, para que seu codificador desse à futura doutrina o caráter experimental
e observatório, necessários à solidificação da mensagem. E, numa época onde
a ciência e religião declaravam-se inimigas, nasce do ventre cientifico
novamente mensagem do Cristo. Porém, agora, pura, completa e livre de
dogmas, ritos ou hierarquias, num trabalho formidável da espiritualidade
para os homens que passam pela terra. A mensagem toca no âmago de cada um
que se dá ao trabalho de estudá-la com afinco e esteja em certo grau de
progresso para compreendê-la, aceitá-la e praticá-la. Os que hoje a negam a
aceitarão no futuro, numa existência ou em outra, pois terão de encarar a
realidade que estudamos desta forma, não forçamos ninguém a aceitar coisa
alguma. É talvez este um dos maiores feitos do espiritismo praticado;
convencer pela brandura e pelo exemplo. O espiritismo desdobra conceitos
quebrando falsas idéias, mitos e crenças embutidas pelos próprios homens
que, em sua natureza ainda inferior, corrompiam tudo que tocavam. O
espiritismo é, por assim dizer, uma ciência de observação de caráter
religioso que revive o Cristianismo, convertendo, através da razão e do bom
senso, os chamados trabalhadores da segunda hora. E valemo-nos da afirmação
de seu magnífico codificador em sua memorável frase: "Não há ninguém que,
após um estudo sério e racional, não se renda às idéias espiritas." Pois, é
através da fé raciocinada entre a ciência e a religião que o homem
despertará para as verdades desta vida.


Continua...

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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Testemunho de um Ex-Materialista

"Meus queridos amigos de caminhada, sem embaraços, venho até aqui dar meu
testemunho para vosso auxilio e instruçao. A estrada a percorrer é larga,
mas o homem a faz penosa por nossos próprios erros. Os convites aos desvios
são números e tentadores, porém, meus irmãos, todo o amparo, sugestão e
sofrimentos nos são colocados à frente para que enxerguemos o caminho
errado. E precisamos da lente de humildade para verificar nosso erro e nos
postarmos novamente à estrada larga destinada à ascensão que é destino de
todos. Meu nome é Mauro e vou aqui contar minha estória. Nasci em família
abastada, infelizmente com pouco valor moral. Meus pais também herdaram
grandes bens, porém poucas virtudes, trabalho até hoje por eles. Em minha
infância nada foi negado, cresci sem limites e jamais conheci a necessidade.
Minha adolescência, como era de se imaginar, regrou-se de drogas de diversos
tipos, sensualidade e luxuria. Aos meus irmãos de diferente opinião ou
inferior classe social impunha humilhações inimagináveis. Violências
gratuitas, impropérios e subornos me mantinham nos mais profundos desvarios.
Era um jovem onde o luxo, bem como os recursos financeiros e minha vaidade,
não tinham limites. As vozes amigas tentavam em vão me alertar e, de mim,
recebiam gargalhadas irônicas de desprezo em troca. Ainda jovem, antes dos
trinta anos, contraí o matrimonio com linda donzela que ascendera, através
da moda, de classes humildes. Não demorei a destruir minha ultima esperança
de ajustamento: o lar. Humilhava minha linda esposa como fosse um objeto a
ser usado das mais diversas maneiras. Suas belas formas fazia-me vê-la mais
como um objeto sensual a qual era sua obrigação servir-me. A infeliz,
sabiamente, deixou-me antes de enlouquecer. Como fuga, aumentei minha
presença em bares, danceterias e bordeis. O objeto era sempre o prazer. O
prazer... quanto mais era melhor. Mas, na medida que eu alimentava meus
instintos terrenos, crescia em mim um vazio inexplicável. Um vazio que eu
tentava calar com as mais diversas companhias. Neste ínterim, tornei-me
intimo de três companheiros. Julio, Marcelo e Carlos. Quase todos na casa
dos quarenta anos, o mundo parecia nosso e deveria ser explorado, os limites
eram facilmente violados com o dinheiro. Carros, mulheres, casas e
apartamentos. A praga do dinheiro não se acabava. E usávamos de tudo, como e
o quanto podíamos. Meus pais se foram sem que eu soubesse a causa. O que eu
poderia sentir de alguma dor ou remorso era facilmente afogado num porre de
uísque. Ao entrar na idade onde o homem verdadeiramente desperta, observei o
falecimento de Julio num acidente automobilístico e o de Marcelo, já
conhecido em algumas delegacias, por overdose. Estas duas mortes me chamaram
a atenção da temporariedade da existência, mas não me entreguei a
preocupações. Eu, Carlos e mais alguns amigos interesseiros demos
continuidade a vida de noitadas, mulheres e desvarios dos mais diversos e
absurdos. Entretanto, uma abençoada doença levou-me ao hospital para tratar
o corpo que não mais suportava tantas injurias. Pulmões, fígado e intestinos
comprometidos. O quadro era grave e algumas semanas num leito de um hospital
me colocam a pensar e refletir. Eu tivera tudo, mas não tinha nada. Bebi no
cálice do pecado por centenas de vezes e não mais sentia prazer algum. O
mundo que antes parecia ilimitado, limitou-se. A vida era limitada. Meus
sonhos ainda eram sensações e desejos eróticos cheios de avarezas e prazeres
de todo tipo que eu parecia não mais poder usufruir. Minhas visitas
resumiam-se a pedidos de uso de minhas herdadas residências e automóveis,
até dinheiro, por parte daqueles que eu chamava colegas. Confesso que nunca
houve votos de sinceridade. Certo dia um médico, após certa bajulação,
devido a minha posição na sociedade, me afirmara que eu poderia ter alta se
observasse algumas regras e restrições. A esperança que ele tentava me
passar estranhamente em nada me animava. Eu era um homem trapo com pouco
mais de quarenta anos de idade e agora com a consciência perturbada. A vida
a fora era um vazio que eu não podia compreender pois já havia de tudo
tentado. Estranhamente falei para ele não se preocupar que estava bem ali e
não tinha pressa em partir. Sabia decisão, ali fiquei por mais alguns dias.
Numa tarde de domingo, um grupo de religiosos entrou na ala que eu estava e
não me negaram comunicação. Após um cumprimento, Silvia, uma senhora de
rosto delicado tocou uma das mãos oferecendo-me uma rosa, recebi sem muito
falar. Minutos mais tarde uma criancinha de olhar doce e angelical, sem
cabelos puxou assunto comigo. Fui levado às lagrimas ao tentar encontrar
palavras para falar de minha vida. Calei-me, mas ela compreendeu. Seu nome
era Gabriel, meu anjo Gabriel. Ele falecera algumas semanas depois, mas me
deixou o maior presente da minha vida. Ele me acordou para o que era
realmente a vida. E, quando Silvia, a senhora de face delicada, retornou
conversamos por horas. Deixei o hospital imediatamente para o abrigo que
aquele grupo dizia sustentar. Esvaziei os recursos financeiros que me cabiam
e tripliquei o número de crianças auxiliadas naquele abrigo dando-lhes
conforto e até atenção. Certo dia, sonhei receber uma flor do meu anjo
Gabriel, foi o momento mais sublime de minha existência. Tempos mais tarde,
numa festa de aniversario, preparada para mim, naquele abrigo que trabalhava
e morava senti o amor, o prazer e a satisfação que tanto procurei na vida.
Sem sucesso tentei conter as lagrimas para não constranger as criancinhas. A
sublimação de meu espírito alcançou limites num êxtase jamais imaginado.
Chorei no colo de dezenas de criancinhas que salvaram a alma de um pecador
que agora conhecia verdadeira felicidade. Nenhum prazer terrestre jamais me
fizera, ou poderia tê-lo feito, sentir sequer um fragmento do que aquela
felicidade que eu sentia ao me doar naquele trabalho. Passado certo tempo,
ao me preparar para uma das aulas de evangelização que eu tentara ministrar,
sob sugestão de Silvia, li em lágrimas a frase do Cristo: "Eu tenho alimento
que o mundo não conhece". Roguei agradecimentos ao Pai e ao divino Mestre
por ter encontrado na caridade o alimento da alma, o prazer infinito do amor
praticado em favor do próximo, a satisfação que não é deste mundo,
temporário e que as traças e a ferrugem corroem. Morri na terra pobre como
um ex-rico, ridicularizado pelos companheiros menos felizes. Chamado de
louco por aqueles que não compreendiam o sentimento que experimentava. Não
salvei ninguém, fui salvo. Compartilhar o teto com crianças abandonadas e
necessitadas de toda ordem curou-me as chagas e alimentou-me a faminta alma.
Acordei num plano onde minhas roupas não estavam mais em trapos, mas sim
brilhantes pelo sol celeste do amor. Enquanto minha visão se clareava vi meu
Gabrielzinho com uma flor nas mãos e os braços abertos. Ajoelhei-me a seus
pés e beijando-os implorei que me enviasse de volta, pois não era digno de
ali estar e tinha trabalho a fazer. Ele me levou para um abrigo onde fui
recebido por pais e mães que achavam me dever algo pela assistência prestada
em terra. E eu, somente me envergonhava da minha vida antes de encontrar
Silvia e meu anjo Gabriel. Trabalho ainda num abrigo sob a tutela de nosso
Mestre e o alimento é abundante."

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Mais estórias em: http://estoriasespiritas.blogspot.com/

sábado, 17 de julho de 2010

O Desencarne de uma não espirita (Parte 2)

Em lágrimas, após seu desligamento, Amélia entrega-se ao belíssimo anjo que
a toma no colo fraternalmente e partem para a colônia dos Servos de Maria.
Amélia desperta em um hospital onde permanece por algumas semanas até que
seu perispírito esteja novamente em ordem e equilíbrio. Durante sua estadia
ela questiona os auxiliares e enfermeiros do por que daquele estado e local
exigindo que a levassem ao paraíso. Sua inabalável crença trazida não lhe
permitia aceitar nenhuma explicação oferecida. Ela exige a presença de um
dos lideres daquele plano que compartilhasse suas convicções para dar-lhe
ouvidos. Passados alguns dias, o irmão Amaro se apresenta como um antigo
pregador evangélico que já alguns anos deixara a crosta e agora lecionava em
algumas escolas daquela colônia. Um carinhoso, instrutivo e diário contato
se estabelece. Eis alguns trechos das conversas de ambos: "Pastor, eu não
compreendo o que se passou e se passa comigo? Onde está o paraíso? Onde
estão os anjos? Eu mesma vi um. Por que fui ao inferno e voltei? Que estado
é este em que eu me encontro? Sinto dores e não consigo me mexer direito."
Amaro, lhe acariciando os cabelos, lhe fala: "Minha irmãzinha, as
explicações virão a seu tempo. Seu estado atual é resultado de sua
imprevidência para com seu corpo físico, você será tratada com amor e
carinho pelos irmãos que aqui se dedicam a sua saúde." Amélia: "Saúde? Como
assim se eu morri?" Amaro: "Infelizmente você não compreendeu toda a lei que
lhe foi oferecida, tolheu-se num raciocínio limitado e se fechou para um
maior entendimento das verdades alimentando falsas idéias e ideais. Seu
estado hoje aqui é a manifestação espiritual de suas atitudes na crosta."
Lentamente, dia após dia, Amélia vai se desligando de falsas idéias e
vagarosamente vai aceitando contato e convívio dos que só procuravam
auxiliá-la. Em poucos meses de tratamento intensivo no Hospital da colônia,
ela pôde sair para assistir palestras, passear e se instruir. Recebeu também
a visita de entes queridos e se identificou cada vez mais os ajudantes e
enfermeiros que lhe atendiam com grande préstimo e benevolência. Passados
alguns anos desde seu desligamento da matéria, Amélia recebe autorização
para algumas visitas a seus entes que permaneceram na crosta. Certa vez, num
dos belos jardins da colônia, Amélia encontra uma velha amiga, conversam e
se divertem ao lembrar de estórias terrenas as quais, agora, sob aquela
ótica transcendental, de nada tinham de triste. Compreendem a vida como uma
apresentação, uma arena onde a arma era o Amor instituído pelo Pai e
ensinado por Jesus. Amélia desabafa humildemente com a amiga: "Minha querida
irmãzinha, não imaginava que o Pai permitisse construções tão belas quanto
as que temos aqui. Soube que esta colônia é também indicada a desencarnados
que estão dando seus primeiros passos na senda religiosa terrena. Não me
permitiram conhecer existências passadas, os poucos detalhes que pude
conhecer, para meu próprio aprendizado, assim o disseram, foi que em meu
penúltimo retorno tornei-me convicta no divino Mestre. Porém, infelizmente,
na última existência não pude fazer tudo que poderia. Limitei-me a verdades
moldadas pelos homens, desrespeitei meu corpo físico e ignorei muitos que
somente queriam me ajudar abrindo-me os olhos. Oro muito por estes todas as
noites pedindo que o Pai os abençoe, que eles continuem levando a outros
irmãos da terra a mensagem espírita e que recebam forças e motivação, mesmo
encontrando desprezos e injúrias. Ah, minha amiga, se eu não estivesse
pronta para perceber isto hoje estaria agora em prantos de lamentação pela
existência pouca aproveitada. Se o que aprendi me levou a fazer algo de bom
para meu progresso isto talvez teria sido pouco mais de 1 por cento. Me
disseram que era para ser assim, que eu poderia até mesmo ter aceitado
outras idéias que me chegavam, mas ser Cristã naquela existência, para mim,
já era um grande salto beneficente. Rogo bênçãos ao Pai pelo Codificador que
levou a mensagem do Espírito da Verdade à terra e aguardo oportunidade de
retorno onde quero trabalhar por ela. Pois ela é a divina água que limpa e
clareia os ensinamentos do Cristo. No atual mar das agitadas correntezas
pelas quais o homem encarnado navega, Jesus é bússola e o Espiritismo o
santo pano que limpa o vidro do instrumento borrado pela águas que ele mesmo
agita em sua turbulenta caminhada."

O Desencarne de uma não Espírita (Parte 1)

Esta estória real, contada pela própria protagonista, por meio de uma
psicografia, descreve um caso de uma complexa transição e nos ajuda a
compreender como é trabalhoso e sofrido o retorno à pátria espiritual dos
mal informados. Compartilho-a aqui em terceira pessoa:

Amélia era uma crente fervorosa, praticava tudo conforme a interpretação do
orientador de sua igreja mandava. Lia os evangelhos, comparecia aos cultos,
contribuía na casa como era possível. Já madura e mãe, vitimada por um
problema cardíaco, seu corpo físico faleceu. Seus, ainda fortes, laços
fluídicos, mantiveram-na na terra por mais tempo que o desejado. Estava
ainda ligada ao antigo corpo físico, agora imprestável e que agora jazia
dentro de um caixão. Sua consciência despertava aos poucos com rápidos
lapsos de lucidez que oscilavam entre ver, ouvir e sentir impressões
externas juntamente com lembranças de alguns momentos de sua vida. Aos
poucos, a lucidez aumentava unida a algumas duvidas. Um desconforto tomava
forma, assim como incômodos em varias partes do corpo espiritual. A
serenidade e a fé deram ligar ao medo, a dúvida e preocupações. Sua visão
lentamente ficava mais nítida e o ambiente parecia hostil. A fraqueza e uma
estranha atração à maquina corpórea, que não mais respondia, a confundia
desesperadamente. Impossibilitada de sequer dar mais que alguns passos,
odores desagradáveis, visões macabras e idéias confusas deram lugar a um
estado de pânico que não tardou a se instalar. Em sua mente vinham algumas
questões a respeito daquele lugar que ela tentava associar involuntariamente
a momentos de sua vida; a pregação do líder de sua igreja, sua repugnância
às demais crenças, o não aceite em observar outros mandamentos que lhe
chegavam por meio de estranhos e amigos. Ela nem mesmo compreendia por que
estava passando por tudo aquilo. As sensações eram incompreensíveis e davam
lugar a elucubrações cada vez mais confusas que por sua vez faziam-na
visualizar criações mentais de espíritos infelizes nas redondezas do
cemitério onde sua cova jazia. Em outro campo vibratório, porém no mesmo
local, um número considerável de amigos fraternos a assistia. Alguns
trabalhavam no desligamento dos laços que a mantinha entrelaçada ao corpo
físico, outros aplicavam passes sobre sua mente de modo procurar fazê-la se
acalmar para que, assim, voltando seu espírito e sua vontade ao alto,
pudesse despertar perante algumas questões que talvez explicassem o que se
passava. Mas, infelizmente, o pouco preparo de Amélia não a permitia
compreender o apoio incessante e, ao invés de desejar desligar-se do corpo
físico e do local que a convidavam a sofrimentos inenarráveis, ela se
embaraçava cada vez mais em suposições que a levavam a estados ainda mais
infelizes. A situação perdurou alguns dias agravadas por pensamentos de seus
entes queridos, ainda encarnados, que lhe transmitiam tristeza e dolorosa
saudade. Até que o trabalho dos prestimosos auxiliares espirituais se deu
por completo: os laços fluídicos, que a mantinham-na presa ao corpo físico,
estavam completamente quebrados. Uma nova fase se iniciava e urgia
transportar o perispírito da senhora para um local de trabalho adequado. O
coordenador da missão prepara o plano que envolvia técnicos habilidosos, o
anjo de guarda de Amélia, caravana e transporte, recepção e instruções
futuras. A pobre senhora não podia visualizar sequer uma pequena fatia da
trabalhosa, elaborada e delicada operação que se transcorria em seu
benefício. O coordenador da missão conclui que mais alguns dias na crosta
terrestre ainda seriam de grande importância. Aplicam então um passe
balsâmico e fazem-na adormecer, transportam-na para uma célula de
atendimento espiritual, próxima a uma área onde a natureza abundava e
oferecia diversos recursos. Horas depois ela desperta e suas duvidas e
criações mentais voltavam a borbulhar. Os auxiliares procuravam minimizar a
situação enquanto outros técnicos, dentro dos limites permitidos, procuravam
domar as criações mentais criadas. No intimo de Amélia, se o paraíso agora
não se apresentou algo estava muito errado. Jesus não lhe abrira os braços
com seus santos anjos para recebê-la. Logo, infelizmente, por um motivo que
ela desconhecia, estava no inferno. E, neste ínterim, ela começa a moldar em
volta de si a forma como aprendeu a crer no inferno, segundo gravuras e
contos de sua religião. O ambiente se transforma e densificava cada vez
mais. Poucas horas depois, entidades, frutos de sua própria criação, munidas
de chifres, patas, rabos e tridentes a circulavam como a torturá-la. Havia
forte sensação de calor insuportável. Gritou, chorou e tentava fugir como
podia, mas suas criações a perseguiam com tanto afinco quanto ela as
alimentava. A triste situação assim permaneceu por mais alguns dias, até
que, notando certa receptividade, o coordenador da missão lhe insufla na
mente: "Deus é bom, é bom. Ele é todo bondade e lhe quer ao lado Dele!" A
mensagem toca o intimo da senhora que se acalma e raciocina sobre aquela
estranha intuição, se ajoelhando e, não mais suportando a situação, estende
as mãos ao alto rogando a Deus misericórdia: "Salve-me senhor, salve-me! Não
mereço! Te imploro. Por favor!" O pedido toma força de prece, as criações
mentais de Amélia perdem força agora dando lugar a imaginar Deus e seu reino
divino que, agora, habilitavam os técnicos a transmutarem as energias densas
criadas e prestar auxilio e sugestão mais intensa. Neste momento, o
coordenador da missão toma forma de um lindo e brilhante anjo e, ajustando
seu padrão vibratório ao de Amélia, faz-se visível a ela. O anjo brilhante,
batendo suavemente as enormes asas douradas a alguns metros do solo e num
fundo de grande luz e beleza, lhe estende os braços e diz: "Vem! Vem minha
filha!" Amélia sente-se deliciada, aliviada, como se houvesse sido resgatada
das profundezas de um inferno incompreensível. E, em lágrimas, entrega-se ao
belíssimo anjo que a toma fraternalmente no colo e a caravana, que já
aguardava, parte para a colônia: "Servos de Maria."

A viagem de Amélia estava apenas começando...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A conversa entre o Crente e o Ateu

Após o discurso, um ateu aborda o palestrante: "Não consigo acreditar no que
diz, acredito que a vida é uma conseqüência do acaso e que tudo se extingue
na morte." O palestrante, pacientemente sorri e o chama para conversar lhe
falando: "Mas você já estudou todos os fenômenos que julgais conhecer? Por
um acaso a ciência já penetrou nos mais íntimos campos? Não, a ciência cada
vez mais se desenvolve e vê abrir diante dela um universo a ser cada vez
mais explorado. Antes de negar, estuda. Pesquise os resultados daqueles que
já se interessaram sobre o que chamais de sobrenatural." O homem interrompe
e diz: "Mas creio serem nada mais que mistificadores interessados no sucesso
financeiro." O palestrante redargua: "Está ai uma das ferramentas para
descobrir embusteiros. Verá homens e estudiosos respeitáveis dotados dos
mais sinceros desapegos e eles lhe confundirão." O ateu: "Ouvi falar de um
tal Chico Xaiver, seria este um deles?" O palestrante: "Sem dúvida alguma.
Este deve lhe deixar um tanto intrigado, não? Como um homem que poderia
abrir mão de tudo para doar e se doar e como explicar tão extraordinários
poderes?" O ateu: "Mas não é por que não entendo que devo aceitar." O
palestrante: "Ainda não. Mas somente; ainda. Seu progresso hoje lhe permite
apenas dúvidas, o que antes poderia ter sido ridicularizarão ou condenação.
Sua abertura a maiores questões é fase notória de seu despertar que talvez
nem mesmo se dê por completo nesta vida. Alguns fatos devem lhe chamar a
atenção e gritar-lhe à curiosidade, não? Como um homem, de nome Jesus,
mudaria tanto na estória? Ao ponto de se zerar o calendário? Ele foi como
uma lagarta que rastejou como homens, praticamente comum aos desconhecidos,
para mostrar que há mais vida do que a que lhes estavam à vista e
futuramente alçar vôos conhecendo mundos que não eram possíveis desbravar,
pois quando ainda homens nada mais eram que somente lagartas a se
desenvolver." O ateu: "E se todos estiverem errados?" O Palestrante: "Se
somos seres eternos o que seriam 100 anos de redenção? Agora, se a vida
começa e termina aqui e temos a opção de levá-la aos limites dos prazeres,
sem moral ou ética alguma seria somente um acordar e dormir. Mas se
estiverdes errados? Trocarias um trilhão de moedas de outro por apenas cem?
Meu irmão, o próprio fim é a mais visível prova de que este o mundo não é o
real. Verás em sua vida que somente o amor entendido e praticado pode
movimentar o progresso e que sua alma vibrará ao sofrê-lo, tanto quanto hoje
a duvida lhe chama, para que futuramente o pratique." O ateu permanece
confuso e em silêncio por alguns instantes, despedindo-se pensativo. Neste
momento, um estudante, que ouviu a conversa, comenta com o Palestrante:
"Como é triste ver nossos irmãos se esforçando em não acreditar." O
Palestrante contrapõe: Não meu filho, como é dignificante vê-los lenta e
suavemente despertando. É necessário entender que o progresso para o nível
de espiritualização que nosso planeta se encontra atualmente se dá
lentamente. Deus não coloca a luz no alqueire mas a espalha para quem quiser
ver. De que adiantaria mostrá-la a um cego que mantém seus folhos fechados
por opção? Nem mesmo grandes milagres os convenceriam até ele mesmo resolver
crer."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O jovem e o Professor

O professor de religião assiste a uma briga entre dois alunos. Um, que acaba
tomando uma surra maior, exibe nos olhos o desejo de vingança durante dias.
O passivo instrutor, sem sucesso, tenta persuadi-lo a desistir. Dias mais
tarde, vendo o jovem afundado em mais brigas e estados físicos e morais cada
vez mais deprimentes, ele procura uma oportunidade para nova aproximação.
Sábio e calmo, analisa os momentos e a receptividade do jovem em cada
situação procurando um estado de arrependimento que facilitasse a
assimilação das novas idéias. Durante uma aula ele nota seu aluno com
semblante diferente, talvez inclinado a aceitar novas sugestões. Ao final,
para sua surpresa, o aluno não sai para o recreio, como se estivesse perdido
em suas ações e, inconscientemente, suplicando uma luz como a lhe mostrar o
caminho a ser seguido. O professor se aproxima calmo e sereno e o aluno lhe
diz: "Eu deveria ter lhe ouvido para não mais buscar brigas, acho que devo
ser mesmo um covarde. Lá em casa meu pai sempre me ensinou a revidar e
também sempre ouvi o que você diz sobre Jesus em suas aulas. Ele foi mesmo o
que você diz? Que Deus iria querer o seu melhor filho sofrendo tanto?" O
professor lhe explica: "O verdadeiro mérito não está no revide, mas sim na
aceitação. Há mais coragem em suportar uma prova a que ceder a um desafio.
Jesus nos ensina, e vem assim purificando a humanidade desde aqueles tempos
de crueldades, que mais vale sofrer a pena a que imprimi-la. A verdadeira
coragem, a coragem do amor, é tomar para si a dor e levá-la sem esperar
apoio ou compreensão. Jesus foi a mais bondosa criatura que Deus já enviara
à terra e sofreu os piores escárnios para nos mostrar que estamos sujeitos a
traição, mentiras, calúnias e todas as dores; físicas e morais. A lei de
Deus é regida pela Justiça e pelo Amor e cada lagrima resignada deixada por
sobre esta terra representa uma benção a ser recebida nos Céus." O menino
fica em silencio por alguns segundos, como que absorvendo aquela profunda
explicação e procurando aplicá-la às suas ações preterias e figurá-la
futuramente. Ele diz: "Lá em casa meus pais brigam muito e também comigo,
por que sofremos tanto? Não me lembro de tê-los feito mal." O professor
explica: "Todos estamos a caminho de Deus, aprendendo com a vida, muitos com
sofrimentos outros, ainda, agredindo. Mas terão, através da dor, suas
lições. O arrependimento é o convite ao progresso. E o progresso é um rio
que mergulhamos onde vestimos a roupa carnal e nos entregamos à vida, como
conhecemos aqui na terra. Ao chegarmos no fim de cada mergulho, retornamos
novamente às margens deste rio, deixamos a roupa que utilizamos, nos
instruímos, aprimoramos, nos regivoramos. E, analisando cada mergulho, vamos
apagando os erros com novos acertos em novas existências, desaguarmos no
oceano divino." O jovem pergunta: "Mas por que não podemos logo encontrar o
oceano de uma só vez?" E o professor conclui: "Eu disse que Ele é bom, mas
também é Justo. Enquanto ainda sujos, com as vestes manchadas por nossos
erros, não podemos adentrar às aldeias puras, por isso retornamos às
experiências terrestres para provar o que aprendemos e colocarmos em pratica
os princípios que o Cristo nos ensinou e nos purificarmos até o grau máximo
onde o Pai nos espera."

terça-feira, 15 de junho de 2010

O caso de Bebeth

Vou contar aqui uma estória verídica e muito instrutiva, que ouvi numa
palestra do Divaldo Franco. Tento reproduzi-la com de maneira breve e do que
pude me lembrar, mantendo os detalhes principais, peço perdão de já por
qualquer inconveniente.
Alguns anos atrás, Um casal muito apaixonado casou-se. Rapidamente reuniram
grande patrimônio se tornando cidadãos da mais alta classe. Em determinado
momento, decidiram por ter um filho. Para eles uma criança traria ainda mais
felicidade ao lar. Nasce uma linda menina, de cabelos dourados e olhos
azuis. Ainda com poucos anos de vida a criança demonstra notáveis traços de
meiguice, amabilidade e carinho. Ela conquista o coração dos pais e de todos
que se relacionam com ela. O trabalho obriga o pai a manter-se ausente de
casa com freqüência, ele diz que ser para manter a fortuna da família. Certa
vez, ele senta-se com a esposa e lhe diz que está tendo um caso com outra
mulher. A esposa cai em prantos, mas tenta não se desesperar, talvez na
esperança daquilo ser uma fase que fosse em breve passar. Ela suporta a
traição do marido que aparece em casa cada vez menos. Até que, certa vez, a
tão amada filhinha, carinhosamente chamada pelo casal de Bebeth, procura o
pai no escritório da casa. Embora ainda muito nova, com seus sete aninhos,
pergunta ao pai por que ele fica tão pouco em casa. Ela diz que sente
saudades e que as vezes vê a mamãe chorando. Ela diz que ambas sentem muito
a falta dele. O pai sente-se tocado pelas palavras da criança que, embora
muito jovem, demonstra grande afeto e percepção. O pai promete a filha que
irá mudar e, de fato, muda, ele termina seu caso com a amante e fica mais em
casa. Certo dia, a mãe de Bebeth começa a procurar pela menina que estava
brincando no quintal da casa. Passam-se horas, dias, semanas e a menina está
desaparecida. A família, em pânico, não sabe mais a quem recorrer, quando um
oficial bate-lhes a porta de casa informando que o corpo de uma menina foi
achado num pântano. A notícia é chocante para os pais que são obrigados a
verificar se era sua querida Bebeth, de fato era. O corpo da menina estava
em pedaços dentro de um saco deixado numa área pantanosa. Os pais, e toda a
cidade, ficam chocados com a noticia. A mãe, a beira de um desespero, já sem
mais saber a quem recorrer para lhe consolar o coração, encontra uma velha
amiga que lhe comenta sobre um hábil médium que traz conforto e muitas
explicações para casos como aquele. A mãe não perde tempo, freta um jato e
parte para a cidade do médium. Ao chegar ao local, vê uma fila interminável
de pessoas, ela tenta manter o equilíbrio, mas não consegue e começa a
chorar e gritar. Uma senhora, que também está na fila se aproxima e pergunta
o caso da recém chegada. A mãe conta a estória e a mulher lhe diz: "Seu caso
é mais grave que o meu, tome meu lugar. Eu perdi meu filho num acidente de
carro, mas seu caso merece mais atenção, pegue meu lugar, vamos." E a mãe,
muito agradecida, entra na fila emocionada e oferece dinheiro a moça, que
lhe diz: "Não me ofereça nada minha senhora, eu também sou muito rica, mas
nosso dinheiro aqui de nada vale. Não há distinção de classes aqui e nosso
patrocínio não pode nos oferecer privilegio algum. O homem que está na casa
no final desta fila nada recebe ou cobra pelo que procuramos. A fila é longa
e pode demorar semanas, o que podemos fazer é aguardar e sou eu quem lhe
ofereço, no final do dia, um lugar para ficar, fique comigo e voltaremos
aqui juntas com nossas dores até falarmos com aquele homem." E assim se deu,
passado alguns dias, a mãe de Bebeth entrega a senha a uma das auxiliares da
casa que lhe dá um papel para mentalizar a pessoa e escrever um único nome
juntamente com seu grau de parentesco. Ela assim o faz e entra na casa
juntamente com a amiga que lhe cedeu o lugar. Elas aguardam por várias
horas, ouvindo diversas mensagens dos que ali se encontravam numa reunião
estranha até então. Quando derrepente o médium lê das cartas que recebeu:
"Querida mãezinha xxxx, muito feliz aqui estou. Primeiro por ter vindo me
procurar, tendo paciência e perseverança. Segundo pela sua ação. Aqui tenho
estado algumas vezes, mas minha comunicação somente seria permitida daqui a
várias semanas. Porém, sua atitude de ceder seu lugar aqui hoje me permitiu
lhe falar. Porque esta é a lei, você deu, você recebe. E hoje aqui estou em
duplamente feliz para lhe contar o que se passou comigo... Ass. Xxxxx." A
mãe de Bebeth observa a amiga que lhe cedera o lugar em prantos de jubilo,
quando a próxima mensagem psicografada que começava a ser lida lhe chama a
atenção: "Mamãe, se pensa que sofri não se preocupe mais, nada senti. Em
breve saberá quem fez e porque do ocorrido comigo. Vou lhe contar que estava
no quintal e uma moça, dizendo-se amiga de papai, se apresentou e pediu que
eu fosse com ela. Entrei no carro, ela foi muito gentil, me deu uma barrinha
de chocolate, adormeci em pouco tempo. Acordei num lugar maravilhoso,
cercada por pessoas boas que hoje me trouxeram aqui. Tenho muitos amigos,
tão legais quanto a professora Elisa da escola. Mas moro com uma pessoa que
me disse que você se lembraria, é a vovó Nathalia, que agora escreve o que
dito. Não conheci ai, mas ela disse que vocês foram muito íntimas. Ela me
pediu pra lhe dizer que está cuidado de mim, assim como cuidou e amou você.
Ela não mais sofre do problema de visão e pode ver muito bem. Agora, mamãe,
o que vou lhe pedir é muito difícil, mas já que veio ate aqui quero que
tente fazer de todo o seu coração. Perdoe! Perdoe e tenha paciência, estarei
com vocês sempre. De sua filhinha, Bebeth." Lágrimas jorram dos olhos da mãe
da menina, ela não tem forças para se levantar. O famoso e humilde médium se
levanta, vai até ela e lhe entrega as paginas psicografas, onde a mãe de
Bebeth reconhece as letras da falecida e querida avó. Aquele estranho homem
que exala bondade no olhar lhe abraça, diz algumas palavras que ela jamais
irá se esquecer e lhe dá um livro chamado: "O Evangelho Segundo o
Espiritismo", surpreendentemente o livro já está autografado com o nome
completo dela, uma breve mensagem e a assinatura do Médium: "Chico Xaiver".
A mãe de Bebeth volta pra sua cidade, aliviada e se sentindo uma nova
pessoa. A assassina é encontrada, era a ex-amante de seu marido. A mãe de
Bebeth pensa em vê-la na cadeia, ainda antes do julgamento, mas ela se
lembra das mensagens e procura antes estudar atenciosamente o livro
recebido. Após algumas semanas, ela visita a detenta que, ao vê-la, lhe diz
fria e rude: "Não me arrependo do que fiz e não quero falar com você." A mãe
de Bebeth, controlando as emoções, lhe diz: "Sei que ainda é muito breve
para você entenda alguma coisa. Mas sei que passará muito tempo aqui, então
quero lhe dar algo". E entrega o livro recebido do médium à mulher e se
retira. Após mais algumas semanas ela retorna e encontra a mulher mais
calma, muito diferente e ao lhe ver conta: "Senhora, sei que o que fiz não
merece perdão, não sou digna de lástima. Sofrerei nesta vida e em outras
para reparar meus atos. Entreguei-me a uma paixão proibida e descontrolada e
quando percebi que perderia aquilo que pensei ser meu, me revoltei. Ao
questioná-lo sobre os motivos pelos quais estava me deixando ele disse que
tinha em casa pedras preciosas e a mais reluzente delas era um tesouro de
cabelos loiros, olhos azuis, pele delicada e uma expressão angelical que,
certa noite, o pediu para voltar. Revoltei-me e agi descontroladamente, iria
deter aquela mulher que na verdade era uma menina, apenas uma menininha. E
que minha loucura não me permitiu ver mais do que uma rival. Para mim, não
era uma criança, mas sim uma competidora a ser eliminada. Nem mesmo a
delicada expressão daquela linda menininha foi capaz de deter minha atitude
atroz. Sofro hoje e sofrerei sempre com o olhar daquele anjo em meu impuro
ser. Este mesmo anjo me visitou num sonho nesta noite e me disse que você
aqui novamente viria para escutar minha confissão. Então, não vou lhe pedir
perdão nem que me entenda, eu mesmo não entendo cruel crime que cometi." A
mãe de Bebeth, com uma das mãos no rosto, tocada de espanto e profunda
emoção, procura forças para falar quando seu marido, logo atrás, começa a
pronunciar palavras agressivas. É quando, tocada por uma força pela qual,
ela mesmo não podia explicar, pede que o marido se cale, se aproxima das
grades e, estendendo as mãos para a mulher diz: "Pois eu lhe perdôo." A
presa, de rosto baixo, toca as mãos da sofrida mãe e as duas choram juntas
de mãos dadas por vários minutos.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Exemplo da Mãe Honesta

O filho, após um dia de aulas, retorna da escola, muito triste. Sua mãe,
notando o baixo astral do pequenino, suspende temporariamente suas
atividades domésticas e vai até o quarto do jovem. Ao chegar encontra-o
sentado na cama com tímidas lágrimas nos olhos. Ela o indaga suavemente,
daquele jeito que somente as mães são capazes de fazer. O menino, repousando
a cabeça no colo de sua amada genitora, lhe conta: "Mamãe, eu a vi uma vez
devolver um item à caixa do mercado, dizendo que não havia pago por aquele
ele, então não era certo levar. Bem, eu hoje devolvi o troco a mais que a
moça da cantina me deu, mas meus colegas ficaram me chamando de otário
durante todo o recreio. Disseram que eu era bobo e que perdi o dinheiro que
poderia usar depois para mim." A mãe, muito orgulhosa pela atitude do filho
e, procurando logo reverter a dúvida angustiante do pequeno jovem, lhe diz:
"Mas o dinheirinho não era da moça, meu filho? Ele não era seu. Pois bem,
você fez o certo. Que importa o que ouviu daqueles que não sabem distinguir
o certo do errado? Estou muito orgulhosa por ter seguido um bom exemplo e o
praticado quando teve chance, faça sempre isso. As vezes são somente com os
bons exemplos nossos que podemos ensinar. Infelizmente, nem todos verão de
imediato porque estão tão entravados no erro que não compreenderão e
repelirão o que é o correto. Mas se lembrarão um dia, se arrependerão e, ai,
também serão exemplos quando tiverem chance.

domingo, 6 de junho de 2010

A prática do Amor

O Pai observa a filha brincar num campo, quando derrepente ela se levanta e,
chorando, corre em sua direção lhe mostrando uma das mãos. O Pai, grande
estudioso e praticante dos ensinamentos Cristãos, logo observa que não há
nada grave e pergunta a filha o que se passou. A criança conta: "Eu vi uma
abelhinha no chão e os meninos queriam pisar nela. Eu não deixei e coloquei
minha mão pra proteger, mas ela me picou." O Pai, orgulhoso pela atitude da
filha, sorri carinhosamente, coloca-a sentadinha em uma de suas pernas e,
parabenizando-a pela tentativa, lhe explica: "Muitas vezes na vida seremos
maltratados, mesmo tentando ajudar. Mas esta é a verdadeira bondade, pois
praticaremos o bem sem aguardar agradecimentos. Há muitos anos atrás passou
por esta Terra O Melhor dos seres humanos, Ele era puro e infinitamente bom,
mesmo assim o perseguiram e o maltrataram. Porém, com toda sua bondade, Ele
perdoou seus inimigos, sendo-nos um exemplo de amor, coragem e fé. E nos
deixou os ensinamentos mais sublimes os quais, até hoje, as pessoas têm
dificuldades em compreender. E nos disse: "Se fazem isso ao ramo verde o que
farão ao ramo seco." Por isso, minha filha, faremos o que acreditamos ser o
certo, mesmo colhendo o mais profundo desprezo. Pois, para nós, não há
distinção para quem, quando ou como fazer uma boa ação. Você vai reparar que
na sua vida terá surpresas boas e ruins dos que você gosta ou daqueles que
não têm afinidade. E, independente disto, devemos sempre praticar o amor,
sem esperar que outros o façam, ou mesmo nos retribuam, ai está a verdadeira
prova de coragem. E no decorrer de sua vida vai ver terá grandes e
verdadeiros amigos, mas que eles têm o direito de errar e você precisa
perdoá-los por isso. Você vai aprender que, quando você cair, as pessoas que
você esperava que a chutariam podem ser as únicas a lhe estender as mãos
para te ajudar a se levantar. E que, talvez, as mais ausentes na sua vida
possam ser aquelas que realmente se importam com você."

domingo, 30 de maio de 2010

Corrente do Bem

Uma senhora, sozinha, conduzia seu veículo através de uma estrada, quando um
dos pneus furou e foi obrigada a estacionar numa área muito deserta e
perigosa. Sem ter como comunicar e sem saber como efetuar a substituição do
pneu, a senhora procura não se desesperar. Então que surge na escuridão um
homem solitário, de pele escura e face maltratada. A mulher tem um impulso
de correr, mas sem saber para onde recolhe-se atrás do carro enquanto o
homem surge na luz e lhe pergunta: "Posso lhe ajudar senhora?" Ela, muito
assustada, responde: "Eu... Eu não sei. Ah... Meu pneu furou." O homem
responde: "A senhora tem os itens necessários para a substituição?" E ela
diz: "Eu não sei, acho que sim, devem estar na mala." O homem pede que ela
abra e, com medo, pensando que o homem pudesse ser um louco e que tentaria
prende-la na mala, ela lança as chaves no chão e pede que ele o faça. O
homem, com muita calma, pega as chaves e abre a mala, onde encontra todos os
itens para a substituição do pneu. Ele efetua com sucesso a troca e diz a
senhora: "Aqui estão as chaves minha senhora, o pneu já foi trocado. A
senhora agora já pode ir tranqüila, mas não se esqueça de consertar o pneu
furado logo que puder." A mulher fica surpresa, de fato o homem não era
nenhum malfeitor e sim um benfeitor. Ela então lhe oferece dinheiro e o
homem negando lhe diz: "De maneira alguma minha senhora. Por favor, não tem
de me pagar. Não fiz mais que a minha obrigação de ajudar o meu próximo e o
fiz com prazer e não com interesse." A senhora confusa e constrangida
insiste e o homem lhe diz: "Não minha senhora. Desculpe, mas não quero
vender minha boa ação. Se quiser me recompensar, faça por outro aquilo que
hoje fiz por você. Não quebre esta corrente e leva a ajuda e alegria a quem
você tiver a oportunidade de fazê-lo." E o homem se foi deixando a mulher,
que nunca havia vivido uma situação como aquela, estupefata. Ela segue
caminho e, ao amanhecer, encosta o carro num posto que possui serviço de
borracharia e uma lanchonete. Enquanto o pneu furado é consertado ela
adentra a lanchonete e é atendida por uma jovem moça, muito simpática,
embora em estado muito avançado de gravidez. Ela repara que a moça caminha
com extrema dificuldade mas trabalha com um sorriso e gentileza
contagiantes. Ela então pergunta a moça: "A senhorita está em estado
avançado de gestação, não deveria mais trabalhar." A moça responde: "Preciso
trabalhar quase ate a hora do parto, pois de outra maneira não conseguiria
sustentar minhas despesas, muito menos a de meu filho que irá chegar." A
senhora sente-se tocada pelo esforço e pela dedicação da simpática
atendente. Ela come a refeição e pede um café. Enquanto toma este escreve o
seguinte bilhete: "Minha amiga, hoje um homem me salvou na estrada e me
quando fui recompensá-lo ele simplesmente me sugeriu que eu fizesse a outro.
Não compreendi bem aquilo, ninguém nunca me ensinou tão grande lição. Não
imaginava que a oportunidade de obedecê-lo chegaria tão brevemente.
Deixo-lhe uma quantia neste envelope que será mais do que necessária para
custear suas ultimas semanas de gestação mais todo o período pós-parto.
Cuide do seu pequenino com o mesmo amor, sinceridade e simplicidade que hoje
a aprendi a reconhecer num ser humano e não quebre esta corrente." A mulher
toma o envelope e informa ao gerente do restaurante que estará se retirando
para ter seu filho. Ao chegar a casa mostra a carta com o valor ao amável
marido que lê de joelhos, muito emocionado, agradecendo a Deus. Era o mesmo
homem que assistiu a nobre senhora a noite na estrada. - Todo o bem que
fazemos, cedo ou tarde, nesta vida terrena ou na vida espiritual, nos
retorna. Esta é a lei de Deus. Pois tudo que você dá, você receberá. E
quanto maior seu esforço, sacrifício ou privação maior será seu galardão.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Evangelho e o brincalhão

Algumas centenas de anos atrás, numa região que estava recebendo
missionários de Jesus, um jovem, muito imaturo e debochado, tentando se
divertir com os apóstolos que pela cidade atravessavam em pregação,
convidava os missionários do Cristo a um desafio. Dizia ele: "Ensina-me este
evangelho em alguns segundos e eu o seguirei." Os missionários negavam o
desafio lhe dizendo: "É impossível." E o jovem se divertia com a negação...
Até topar com um dos missionários mais sábios da expedição. O jovem lhe fez
o desafio: "Ensina-me este evangelho em alguns segundos e eu o seguirei." O
sábio apóstolo olhou fraternalmente para o jovem e disse: "Está bem: Ama!" O
jovem, desconsertado, redargüiu: "Como assim? Eu não entendi!" E o sábio,
carinhosamente mostrando os escritos sagrados, diz: "Então, meu jovem, você
precisa disto."

Deixemos a justiça para Deus

Vou publicar hoje aqui uma estória que pude testemunhar, com grande pesar,
infelizmente, devo confessar, mas compartilho com vocês, pois podemos tirar
um grande ensinamento. Ao passar por um condomínio aberto, destes de
diversas casas, porém, sem portão para se acessar, notei grande uma
movimentação e a comoção de uma senhora. Acabei envolvido na situação e no
lamento de uma senhora muito doce que chorava muito. Ela, ainda em lágrimas,
me contou o que se passou: um pequeno cãozinho de raça, ainda filhote,
fugira de uma das casas. Após certo tempo, durante as buscas dos donos, o
pobre animalzinho indefeso foi encontrado sem vida numa pequena moita
próxima a casa em que vivia. O estado do seu corpo demonstrava grande
agressão física causada por outro cão de porte muito maior. Ao lado dele
havia um pequeno vira-lata que estava bastante ferido, mas ainda vivo. Os
donos, ao verem o cadáver do seu animalzinho de estimação sem vida, ao lado
do vira-lata, ensangüentado, sem pensar, começaram a brutalmente agredir-lo
que fugiu ainda mais machucado. Instantes depois, após ouvir os gritos do
vira-lata e assistir a cena, uma senhora chegou correndo pedindo que
parassem a agressão (era a mesma senhora que me contava a estória), dizendo
que o vira-lata tentou salvar a vida do filhote. Isso mesmo, ele tentou
salvar a vida do pequeno cão! Ela contou que um cão maior, fora da guia de
seu dono acabou por farejar o pequeno filhote solto e partiu para o ataque.
O vira-lata, que sempre rodeava a vizinhança onde freqüentemente recebia
alimentos, atirou-se para a cima do cão maior. Infelizmente em vão, pois com
poucos golpes o cão maior tirou a vida do filhote, embora o vira-lata
tivesse muito se esforçado para impedir o ato brutal. O vira-lata, não
conseguiu êxito na sua defesa e ainda ficou gravemente ferido. E, ao invés
de ser acudido pelos donos do filhotinho, foi brutalmente agredido. Pensei
comigo que ele talvez tivesse ficado ali, zelando pelo animalzinho menor,
sem saber se este ainda estaria vivo ou nao, como que ainda querendo
protegê-lo até a chegada de um socorro. Ou mesmo ficasse ali para lamentar a
perda do amiguinho que não deveria ser de todo desconhecido. E,
infelizmente, ao invés de ser recebido com o carinho, que talvez nem mesmo
esperasse, foi ainda mais agredido por outros seres racionais que, assim
como o cão assassino, agiram por puro impulso, deixando o instinto animal
dominar. O vira-lata foi procurado por várias horas, mas não foi encontrado.
Não sabemos se ele ainda estaria vivo, mas sabemos que muito sofreu e sequer
ameaçou atacar àqueles que o agrediram. Esta estória nos mostra como podemos
aprender com os animais. Estes seres que somente pedem um pouco alimento,
água e atenção. Não tem interesse se somos ricos ou pobres, honestos ou
desonestos, sujos ou limpos. Entregam-se aos nossos cuidados com todo seu
afeto e ainda e sofrem por nossas falhas, sendo maltratados e abandonados.
Do ocorrido devemos saber que a justiça não cabe ao homem, mas sim a Deus.
Vingança, agir sem pensar, sem antes analisar, sem se informar ou refletir,
podem levar a conseqüências ainda mais dolorosas. Saí do local, já atrasado
para o trabalho, com lágrimas e grande lamento, na esperança de que ao menos
os ex-donos tenham aprendido a lição e torcendo para que o pobre herói do
dia tenha, mesmo com sua irracionalidade, perdoado os seres humanos que não
raciocinaram.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O Medium apressado

O médium estudante, entristecido por não ver nem ouvir espíritos
desencarnados, lamenta sua condição com um amigo mais experiente no assunto,
que lhe fala: "Vou lhe contar duas estórias: Uma delas é sobre Julio, um
estudante da doutrina, aluno aplicado e esforçado, que obcecou-se de tal
maneira a ignorar os seres humanos, mesmo os mais queridos a seu redor,
chegando ao ponto de destratá-los. Certo dia, durante uma reunião mediúnica,
um espírito amigo se aproximou dele e carinhosamente lhe disse: "meu filho
ficastes tão cego no estudo que se privou do fruto mais belo que o estudo
oferece; a prática. Ouço todos os dias lamentações e pedidos de espíritos
que o querem bem. Implorando que você volte para eles. São espíritos sim,
como você procura, mas ainda encarnados. Porém, de tanto lhe amar, sofrem
com seu repúdio." E o estudante compreendeu seu erro e voltou a ser amoroso
filho, bondoso irmão e praticou a caridade colhendo muitas bênçãos. A
segunda estória é de Marcos, um médium de diversas capacidades, tão
afloradas que era privado de uma vida normal. Enquanto crescia era
diagnosticado perturbado mentalmente. Quando amadureceu, mal podia se
comunicar com seres encarnados pois os desencarnados lhe ocupavam tantos os
sentidos não mal permitiam outro tipo de comunicação. A privacidade e o
recolhimento que muitos usufruem eram estados que Marcos jamais pudera gozar
em toda sua vida, sempre movimentada, ouvindo, vendo e exercendo
influencias. Já imaginou isso? No plano físico fechamos uma porta e um
encarnado não pode entrar, nos recolhemos a um lugar em silencio e lá
ninguém ouvimos, deixamos objetos onde queremos e sabemos que os
encontraremos. Para Marcos foram necessários anos de doutrinação e privação.
Toda sua vida foi voltada aos outros, jamais um minuto sequer para si
próprio."

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Aluno e seu Guia espiritual

O médium aprendiz, recolhido numa bela paisagem e bem relaxado, nota uma
agradável presença em torno de si. Não tarda a perceber tratar-se de seu
Guia espiritual. Em determinado momento, ele questiona acerca da diversidade
das personalidades humanas, desejoso em se instruir, bem como praticar os
ensinamentos do Cristo e o Guia lhe explica: "Os seres que encontras hoje
por sobre esta Terra já estão aqui há muito tempo. Impulsionados por
espíritos mais evoluídos durante todas as gerações, eles progridem
lentamente. As verdades que hoje você aceita hoje são as mesmas negadas em
existências passadas e somente pelo erro e arrependimento você hoje é capaz
crer. Amadurecemos a cada instante, uma mesma frase dita em momentos
distintos possui compreensões diferentes e para entender uma verdade as
vezes é necessária muita experiência e reflexão. Por isto, para muitos, uma
verdade pode ser negada num momento e quando apresentada num período
diferente aceita incontestavelmente. Refleti pois a respeito de algumas
verdades e, principalmente, as máximas do Cristo, sua luz guia, modelo e
revelador." O médium reflete e pergunta agora sobre riquezas e virtudes, o
Guia lhe responde: "Riquezas deste mundo nada mais são que as boas
lembranças e as amizades conquistadas com amor e sinceridade. Perguntais
sobre homens ricos e de baixa moral, lhe digo: O Cristo não veio carpinteiro
e pobre? E Herodes rico e rei? Olhai bem as pessoas de virtudes. Ocultas
pela matéria carnal verás muitos deles que julgais pobres e repulsas
espíritos de grande luz, amor e sabedoria. Mas procurai bem pois, por serem
homens de virtudes, fugirão sem cessar de elogios ou homenagens, não estarão
presentes sequer para um simples obrigado pois a humildade é um dos seus
maiores atributos." E o jovem, por fim, questiona sobre a família, muitas
vezes que desmorona ou traz desavenças. O guia completa: "Bem sabeis que o
lar é onde se deve colocar em pratica o que aprende. O convívio familiar é
ambiente de aprendizado às dificuldades da vida. Sem o lar a sociedade não
existira e sem a sociedade não existiria a civilização."

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Treinamento no Bem

O jovem, recém-iniciado na doutrina espírita, estudando bastante as obras
básicas e as de médiuns confiáveis, procura iniciar-se na prática do bem e
da humildade. Em pouco tempo, já se esforçando nas práticas Cristãs, se dá
conta de que um bondoso e invisível amigo o acompanha incondicionalmente,
motivando-o, encorajando-o e trazendo novas e consoladoras informações.
Certo dia, quando se dá conta da presença do abnegado amigo, inicia-se um
profundo diálogo: "Compreendi a vida, entendo já alguns porquês, quero ser
melhor e trabalhar no bem, o que devo fazer?", perguntou o jovem ao amigo
espiritual, que responde: "Começai pelo que lhe é possível. São Francisco
dizia: "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível e de
repente você estará fazendo o impossível." Pois o progresso é paulatino e
você não começa mudando o mundo de uma só vez, mas mudando você. E depois
seus entes próximos, estes a sua família, esta a sua rua, seu bairro, sua
cidade etc." E o jovem diz: "Mas quero isso! E quero ajudar quantos mais eu
puder e como eu puder." O amigo responde: "Então, meu filho, comece por
você, por sua reforma íntima. E você vai reparar que a vida lhe convida às
praticas do Cristo das maneiras mais diversas, em casa, no trabalho, nas
ruas. Substitua uma má tendência por uma boa ação, um mau pensamento por uma
oração e o instinto pela caridade."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Religião e Incredulidade

Um protestante, ao ver uma jovem diferente rezar junto de seu grupo, se
aproxima e lhe pergunta: "Qual a sua religião, menina?" A jovem, muito mansa
e humilde, responde: "Eu? Eu sou Cristã, senhor." O protestante,
desconsertado com a resposta que não cabia crítica alguma, emite algumas
opiniões pessoais, clara dos que não toleram outra religião senão não a sua.
A jovem, muito inspirada, toca suavemente o ombro do pastor e diz: "Que
importa a religião se o objetivo é Deus? O que chamamos de religião nada
mais pode ser se não uma fórmula para dominar as inclinações ou paixões
mundanas, substituindo o orgulho, a vaidade e o egoísmo pelas virtudes
ensinadas pelo Cristo, praticando, assim, a bondade em sua forma mais
humilde e pura. As religiões diferem-se somente nos detalhes, pois o caminho
ao Pai é reto e se nele há curvas lá estão por construção arbitraria dos
homens, que colhem as conseqüências de seus atrasos. Nós, Cristãos, devemos
sim nos empenhar em combater a incredulidade, grande mal crescente que, por
incoerências, disputas e corrupção nas religiões, arrasta cada dia mais e
mais vítimas. Nós, senhor, que não simplesmente acreditamos, mais sim cremos
e compreendemos Deus, absoluto em bondade e justiça, devemos fazer como o
Cristo, convencendo nossos irmãos pela brandura, não pela crítica ou pela
força. A religião possui somente uma luta: contra as lágrimas. E ela
aliviará cada vez mais seres, se alicerçada na humildade e na caridade,
convidando seus filhos e irmãos ao trabalho, trazendo consolo ao seu
próximo, sem distinção."

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Doenças Graves

O aluno espírita, perguntou ao trabalhador da casa a respeito de uma doença
grave, incurável e degenerativa que consumia a vida de uma senhora de seu
convívio. O trabalhador, mais experiente, lhe explica: "podemos trazer
dívidas de outras vidas para esta. Mas também podemos contrair novas, que
deverão ser pagas aqui mesmo, ainda nesta existência, de modo nos poupar de
estados ainda mais penosos e deploráveis no mundo espiritual. O respeito ao
corpo e ao próximo, unidos à consciência limpa e tranqüila, dificultam a
aquisição de débitos perante a providência. O julgamento do Pai, cheio de
bondade, mas também de justiça, é ainda mais severo que o dos homens,
contraindo maior responsabilidade àquele que tem ciência de seus atos e
acesso à informação. Vale lembrar que, muitas vezes, o que não é sequer
considerado falta leva entre as leis mundanas pode constituir de falta grave
perante os olhos de Deus. Nossos débitos deverão sempre ser pagos na mesma
proporção de nossas falhas. Sendo assim, revidar o bem com novo bem e o mal
com o bem, entregando-se à caridade e a lei do amor ao próximo nos traz
créditos, que serão levados em conta, quando colocados na balança das
dívidas e dos méritos na justiça divina."

Amigo sofredor

Ao voltar de um desdobramento, o trabalhador espírita, após algumas horas,
já em corpo físico, apercebe-se da presença de irmão sofredor a acompanhá-lo
em absolutamente tudo. Coloca-se então, como nunca, em guarda, vigiando seus
pensamentos e atos. No primeiro momento disponível, procura relaxar e evoca
seu anjo de guarda, que lhe sugere servir-se de exemplo ao irmão menos
evoluído ao qual se encontra momentaneamente ligado. Sem elucubrar maiores
indagações aceita o fardo e permanece vigilante durante todo o resto do dia.
À noite, muito atento e delicado, sentido a densa presença do irmão
necessitado, ora por vários minutos afinco antes de se deitar e adormece.
Desdobrando-se, sente-se transportado a um local muito belo e claro,
extremamente limpo, alinhado e organizado. Ao chegar, como se já conhecesse
o que deveria ser feito, automaticamente, entrega o irmão a um grupo de
trabalhadores que os esperavam, cumprimenta-os e parte. Na prazerosa viagem
de volta, um bondoso amigo que o acompanha até a saída, agradece pelo
serviço prestado e lhe dá bênçãos. Na manhã seguinte, o trabalhador espírita
desperta no corpo físico, alegre, revigorado e extremamente feliz.

O Trabalhador Noturno

Um jovem, que acordava muito cansado todas as manhãs, pergunta, durante uma
sessão mediúnica, a um dos trabalhadores espirituais da casa a respeito de
sua freqüente exaustão matinal. O trabalhador espiritual lhe responde: "Sua
vida noturna, assim como a de vários seres humanos é relativamente ativa. O
sono afrouxa os laços que ligam teu espírito a teu corpo facilitando, assim,
o desdobramento ou emancipação temporária de tua alma. Cursos noturnos,
doação de fluídos e trabalhos solidários são alguns dos exemplos das
atividades que você, em estado livre, pode desempenhar. Há também aqueles
que se deitam cheios de rancor, tormentos ou desejos e, deste modo, se
deixam arrastar a regiões onde o baixo padrão vibratório lhe densifica as
energias. Em caso mais graves obsessões e vampirizações durante o estado
livre do espírito ou mesmo durante no estado desperto, podem acarretar
sérios problemas e distúrbios diversos. Pensamentos edificantes, orações e
uma vida serena, alicerçada nas praticas do Cristo, vão, não somente, lhe
trazer benefícios para sua vida consciente, mas também guiarão seu
espírito."

domingo, 16 de maio de 2010

Textos para mim

O Médium, arrastado ao mal por orgulho (causa comum da queda de muitos e
fraqueza que espíritos inferiores articulam os mais astutos planos), após
vários anos de arrastamento e obstinação, se dá conta e inicia longo
processo de reforma íntima e moral. Se re-erguendo, novamente, na senda do
bem, indaga seu guia espiritual a respeito do acontecido. O guia lhe
informa: "Tivestes comunicações com benfeitores espirituais e nada do que
foi dito através de vossas mãos, tomastes para ti. Achastes que os textos
escritos por seu intermédio se destinavam sempre aos outros e nunca tu
mesmo, orgulho! Caíste pela causa comum dos homens. Sua capacidade torna
vossa dívida e responsabilidade ainda maior. Ao receber lições, toma-as
primeiro para ti e depois entregue a seus irmãos. O aprendizado de com seu
desvio contribuiu, como todo sofrimento, no seu melhoramento. Demos espaço
às entidades que pediam passagem por afinidade sua e assistimos
cuidadosamente a vossa queda. Até que a situação se tornou insustentável e
ai fostes capaz ver o lamaçal por ti criado e que se afundou. Apontou o
cisco nos olhos de vossos semelhantes, mas não via a trave no seu. Lembre-se
disto meu irmão; cada queda, uma lição. Esteja atento aos detalhes da vida,
às dicas e ferramentas de benfeitoria às quais Deus utiliza os mais diversos
meios, suaves, modestos e delicados, para lhe indicar sempre o bom caminho."

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Instrumento do Mal

O jovem tendo em vida causado um grave acidente, retirando a vida de outro
ser humano, desencarna anos mais tarde. Arrependido, se apresenta a um
mentor, almejando uma oportunidade de, humildemente, pedir à vítima, ou à
família desta, o perdão pela sua imprudência na condução do veículo,
causando o fatal desfecho para com seu semelhante. A respeito de diversas
questões o mentor lhe explica: "O retorno daquele o qual você foi
instrumento estava programado para ser como foi. Embora isso não retire sua
culpa sobre a ação, carecendo você de trabalho e resgate, seus caminhos
ainda se cruzarão. Dia após dia na Terra temos homens inclinados ao mal.
Outros, mais por fraqueza e descuido que maldade, fazem cumprir provas e
expiações determinadas a outrem, porém isso jamais exime da culpa do ato de
quem o pratica. É a grande roda da vida que funciona como perfeitas
engrenagens movendo a maquina do progresso e fazendo os descrentes conceber
o acaso ou fatalidade como mera coincidência.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Religiões

O jovem espírita pergunta ao dirigente do centro que freqüenta se com o
espiritismo ele chegaria mais rápido às esferas superiores. O dirigente o
explica: "A submissão ao Pai supremo é algo nato no espírito de cada ser. As
diferentes religiões que vemos na Terra possuem seu valor, quando
professadas com sabedoria, humildade e bondade. Toda religião é importante,
desde que direcione o ser ao caminho do bem, do amor, da fraternidade e da
caridade. As diferenças entre elas são meros detalhes e, se achar melhor por
conhecer tais detalhes o torna orgulhoso, sua primeira falha. Da mesma
forma não respeitar ou não aceitar as demais religiões é faltar para
com a caridade, sua segunda falha. A verdadeira religião é aquela que
encaminha o homem ao Amor, trabalhando sua reforma moral e fazendo-o
caminhar de acordo com as práticas do Cristo.

Materialistas

Um jovem estudante religioso indaga seu professor; como podem existir Ateus?
Como crer que a vida seria uma grande, ou melhor, sem dúvida, a maior de
todas as coincidências. Crer que no equilíbrio necessário para todas as
formas de vida se sustentar ao acaso seria ser mais supersticioso que o
maior de todos os crentes. Acreditar no mero acaso ante a tantas formas de
vida e diferentes personalidades não seria ser ateu e sim um ignorante por
opção. O professor sorri e diz ao aluno: "Aqueles que acreditam na ciência
verão esta, quando não mais estiverem explicações, se apoiar na criação
divina e, a partir daí, se transformará. O descrente muitas vezes é
orgulhoso de não admitir algo acima de sua compreensão e preguiçoso de
procurar se informar com afinco e bom senso. Mas todos, ou aprenderão pela
dor, ainda neste mundo, ou inclinarão ante ao Pai ao retornar a realidade
espiritual. Por isto, meu filho, não os repudie, mas sim os lamente e esteja
atento à oportunidade de auxiliá-los, seja em ações ou em preces."